terça-feira, 29 de novembro de 2011

Um poema muito antigo

Para aqueles que sentem vontade de escrever e morrem de vergonha de mostrar, deixo aqui (na verdade OFEREÇO) um poema muito antigo, que escrevi lá pelos idos de 1978, quando eu também tinha mais vergonha do que vontade (e não escrevia lá grande coisa, mas me arriscava). Vocês podem dizer que o poema é ruinzinho, eu reconheço (mas eu era aprendiz e tinha só 21 aninhos). É tão sofrível que nem nome tem.

A rosa dos ventos já levou
na roda do tempo a alegria que eu tinha
levou
no olhar de alguém que amei e partiu
passou
o sonho que ousei sonhar.
Deixou a tristeza  molhando de pranto
um jardim de lembranças
ficou
a saudade batendo no peito uma dor
que não passa deixou.
A rosa dos ventos já levou
a esperança que eu tinha
de ser feliz um dia
levou
a ilusão tão criança de sempre sorrir
levou.    (07.02.78)

PS: isso tem som de música, eu quase consigo cantarolar...mas é de doer...rsrsrs....





segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Nossa viagem ao sertão - uma história em capítulos

Nossa viagem ao sertão - capítulo VIII - parte III - Cachoeira do formiga, Fervedouro, ataque de gafanhotos

Desnecessário dizer que acordamos cedo outra vez. Acontece que no Jalapão as distâncias são relativamente grandes e a jardineira não desenvolve grande velocidade. Então, se a gente quiser aproveitar o tempo e cumprir o programa, tem que se apressar.
Falando em deslocamento, há uma história que preciso contar: quando andávamos em áreas abertas (sem fiação elétrica ou vegetação baixa) os guias abriam o mirante. Nem sempre havia candidatos ao mirante (pra chegar lá em cima é preciso galgar uns degraus de ferro e lá no alto não é nada confortável) e eu aproveitava pra viajar nas alturas. Pois bem, nesse dia eu viajava no mirante quando de repente ouvi uma gritaria dentro da jardineira. Cheguei  a pensar que alguém estivesse passando mal. Me dobrei ao meio e botei a cabeça para o lado de dentro pra saber o que acontecia. Nada demais. Um gafanhoto tinha entrado pela janela e batido no peito de uma das moças, causando um alvoroço sem tamanho entre a mulherada. O problema é que  não era simplesmente um gafanhoto, desses que a gente conhece. Era um senhor gafanhoto, O rei dos gafanhotos. O pai de todos. Descobrimos naquele momento que lá no Jalapão tem gafanhoto gigante, mais ou menos do tamanho de um pardal.
E de quebra eu fiz outra descoberta: quando íamos de Cavalcante para Palmas, no caminho tinha muitas queimadas. Em alguns trechos da estrada eu vi algo que voava e se chocava contra o carro e cheguei a ficar com pena, pensando que estava atropelando passarinhos fugidos do fogo. Pois é....descobri que meus passarinhos eram gafanhotos.
Continuei a viagem no mirante, mas a partir daí sem tirar nunca os óculos de sol, com medo de que algum gafanhoto daqueles viesse a bater nos meus olhos. E de fato, lá pelas tantas um gafanhoto veio na minha direção, mas minha colega de viagem deu um grito, eu fui rápida, abaixei a cabeça e o insetão foi cair dentro da jardineira, mais morto do que vivo.
Superado esse incidente, chegamos ao nosso primeiro destino nesse dia: Cachoeira do Formiga.  Um descampado, um galpão rudimentar com cobertura de sapé e alguns bancos de madeira, um trilha, uma pinguela (não sabe o que é? uma pontezinha feita com uma tábua) sobre um riachinho e então, no meio do arvoredo, a cachoeira. Não é uma grande queda dágua. Mas impressiona por ser cristalina, por ter uma tonalidade quase azul, por ser morna, por ter uma correnteza mansa que vai levando a gente devagarinho por baixo das árvores.
Eu poderia usar um parágrafo inteiro para descrevê-la e talvez não conseguisse. Para resumir, basta dizer que a Preta entrou na água. E a Preta não entra nem na piscina da nossa casa.
É bom esclarecer que o nome da cachoeira, do formiga, não tem nada a ver com o inseto. Ela recebe esse nome porque nasce no Rio Formiga.
Ficamos na cachoeira por cerca de duas horas e naquele barracão que vimos na chegada tomamos nosso lanche (não sei se já disse, mas nossos guias levavam lanche em todas as saídas: água gelada, suco, barrinha de cereal, bananas, paçoquinha).
Num determinado momento eu me afastei do grupo pra fazer um xixi ecológio (isto é, no mato, prática comum no Jalapão - só tem banheiro no acampamento) e tive a visão de um presente da natureza: pousado num galho baixo um pássaro de um verde brilhante, de peito e rabo vermelhos e bico longo. Fiquei imóvel e ele se deixou ver em todo seu esplendor. Perguntei depois aos guias e me disseram que ele se chama bico de agulha.
Da Cachoeira do Formiga fomos para o Fervedouro. Eu diria que é uma hidromassagem de areia. Não entendi bem o fenônemo, mas numa pequena lagoa com fundo de areia a gente não afunda de jeito nenhum, por mais que tente. Bolhas de ar movimentam a areia o tempo todo e mantém as pessoas boiando. E quem entra sai com restos de areia em lugares inimagináveis. Como se trata de uma área de preservação a entrada é controlada, só entram algumas pessoas por vez e tivemos que nos revezar.
Depois do fervedouro, tivemos um típico almoço de roça. Preparado no fogão à lenha e servido num rancho. tudo muito rústico, tudo  muito simples (feijão, arroz com carne seca) e ainda assim fantástico.
Na parte final do dia, já de volta ao acampamento, fizemos uma parada no único vilarejo que há na região: Mateiros. Parada pra compras de artesanato do capim dourado, pra tomar sorvete com os sabores do cerrado (cupuaçu, buriti, cajá).
Nesse lugar tomei a bebida mais ruim que já provei em toda minha vida: sebereba (o nome é feio, mas signifca apenas "refrigerante"). Uma mistura muito estranha de buriti com nem sei o quê. Quase que me estraga um dia perfeito e pra tentar esquecer seu gosto o jeito foi comprar uma garrafa de cachaça no mercadinho local (a minha especial tinha ficado em Palmas).



BICO-DE-AGULHA-DE-RABO-VERMELHO Galbula ruficauda

Um exemplar do bico de agulha (foto obtida da internet)




gafanhoto gigante (foto obtida na internet)

Trilha sonora para o capítulo de hoje: Saudade da minha terra


Dominus vobiscum

Eu já disse aqui que domingo é o dia do Senhor. E também que é dia de missa (ou pelo menos deveria ser).
Não temos esse hábito, mas ontem fomos à missa. Descobri que bem perto de casa tem um mosteiro da Ordem Carmelita. Celebram a missa segundo a liturgia antiga da igreja católica, em latim. As mulheres assistem à celebração usando véu. Eu não imaginava que ainda existisse igreja que pede o uso de véu - É bom esclarecer que nós não usamos. Não sabíamos que era preciso (só depois descobrimos que na entrada tem um caixa onde os véus ficam à disposição de quem queira usá-los - véu de uso coletivo, acho...).
Eu fui e relembrei os meus tempos de infância, quando a missa era rezada em latim. E revi coisas das quais já tinha me esquecido: ostensório, turíbulo e o cheiro de incenso tomando conta da igreja. A Preta foi pra me acompanhar (como diz aquela música: companheiro é companheiro...).
Pra quem é jovem e não conheceu eu conto: pela antiga liturgia do catolicismo a missa era rezada (na verdade quase cantada) em latim com ritos muitos particulares, com queima de incenso em vários momentos, com o sacerdote  usando vestes paramentais e os acólitos auxiliando na celebração, acendendo as velas, preparando o vinho para a consagração. Na década de 60, com a revolução sexual, a pílula anticoncepcional, os Beatles, a televisão, a igreja católica se deu conta de que estava perdendo fiéis e veio a reforma proposta pelo Concílio Vaticano II e com ela a modernização da missa, na tentativa de trazer de volta as ovelhas que se desgarravam.
A missa segundo o rito antigo é um cerimônia um tanto pesada, meio sombria, quase triste. Muito diferente da missa da renovação carismática que se vê hoje na maioria das igrejas, feita de ritmos moderninhos e palmas para Jesus. Eu, se tivesse que escolher, ficaria com a antiga.
Alguém há de estranhar essa novidade de eu ir ter ido à missa. É...eu admito que não gosto de rituais. Pra mim tudo que é ritualístico é meio tribal. É a prova de que no íntimo ainda somos um pouco selvagens. Se fôssemos seres evoluídos, em pleno uso da nossa racionalidade, seríamos capazes de entender a passagem do tempo, os ciclos da vida, o vai e vem da emoções, a transitoriedade de todas as coisas e de nós próprios, sem a necessidade de ritos para demarcá-los.
Mas acontece que não somos assim. E muitas pessoas que eu amo, respeito ou admiro precisam de rituais. Então eu também participo de alguns. Às vezes só para acompanhar a maioria, outras vezes por curiosidade.
Além dos tradicionais missa, batizado, casamento, primeira comunhão, também já fui a um ritual de saudação à lua, na yoga já fui ao ritual do fogo e ao Portal 11/11/11 e no Tao fui a uma cerimônia de iniciação, uma espécie de batismo.
Não fui para duvidar, não fui para debochar. Fui para conhecer. Aos poucos acabei percebendo que todos convergem ou tentam convergir para um mesmo Ser Superior. Se isso não fizer bem, mal não fará.
Dominus vobiscum (o Senhor esteja convosco).

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Divagações sobre o anonimato

O que diria Freud, o pai da psicanálise a respeito dos anônimos? É possível que dissesse que os anônimos são tímidos e inseguros. Provavelmente diria que os anônimos sentem muito medo de se expor. E talvez também dissesse que, apesar do medo da exposição os anônimos querem ser descobertos e por isso deixam, ainda que de forma inconsciente, pistas sobre sua identidade.
Mas parece que esse não é o caso do "nosso anônimo". Eu acho que ele/ela não quer ser descoberto. E deixa, propositadamente, pistas embaralhadas, pra nos confundir.
Vejamos: no post quinta-feira ele disse que é  a primeira fez que faz postagem. Nos comentários, disse que tem vergonha  de mostrar os próprios escritos.
Eu, muito precipitada, arrisquei Edu. Mas quê Edu? Esse já fez postagem anteriormente e será que ele me chama de Fá? Não sei, não me lembro.
Por causa do tal "rábido" eu também arrisquei Bruno ou Rodrigo. O primeiro se considera um linguista desde criancinha; o outro lê dicionários desde que aprendeu a ler (sim, eles são irmãos; não, eles não são normais....mas não é esse o espírito do blog?  Abrigar os insanos...então...).
Tico também já fez postagens e nunca me pareceu ter vergonha de escrever (mas pelo estilo dos comentários bem poderia ser ele).
Mas eles negaram...afirmaram  que não foram eles
Fiquemos com a questão da primeira vez: Belo, Bolão, Ronaldo e Valdo nunca fizeram postagens e me chamam de Fá. Mas esses teriam vergonha de quê?
Restaram as mulheres: as Simones (Perucello e Silva), a Sandra, a Júlia, a Gisele, a Chris.
A Chris já fez postagens e aquele não é jeito dela escrever. A Júlia não me chama de Fá, me chama de comadre. E ao que saiba anda muito ocupada com seus trabalhos manuais. A Sandra me chama de Fátima (com acento, que eu não tenho...rsrsrs...) e afirma que não sabe usar o blog. A Gisele, hum...sei não, nunca fez sequer um comentário.
As duas Simones nunca postaram e me chamam de Fá, mas eu tenho o palpite de que o nosso anônimo não é uma mulher (aquele comentário sobre eu escrever uma biografia, que seria divertida....a ideia de que tudo que eu escrevo é real não é um pensamento tipicamente feminino).
Todas essas considerações só fazem sentido se o anônimo não estiver mentindo pra nós (mas eu acho que está).
Voltamos à estaca zero e eu já meio desistindo do jogo de adivinha.
Eis que surge a suspeita de que o anônimo possa ser o meu irmão, o João. É... o João é tímido, me chama de Fá e nunca postou nada.
Seria ele então? Quem sabe? Eu ficaria muito feliz se fosse. Seria ótimo ter um irmão companheiro na aventura de traduzir a emoção em palavras.
Mas como a proposta é confundir, não esclarecer, sempre é bom lembrar que eu tenho uma irmã (que agora não está aqui, foi viajar) que me chama de Fá, que me disse que escreve algumas coisas mas nunca mostrou, que lê o blog todo dia...
Será???


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Solidariedade no blog

Hoje, quinta-feira, somente hoje ficamos sabendo que a casa nova da Sandra e do Belo, aquela mesma cuja "inauguração" nós praticamente forçamos (na pressa de fazer festa) foi vítima de assalto. Levaram alguns objetos (pelo que eu soube, não muitos). Isso não tem a menor importância. Objetos eles compram outros (ou nós compramos, se isso for necessário).
Infelizmente, lamentavelmente, o que levaram de mais precioso é a tranquilidade dos donos da casa.
Nem eu, nem ninguém que não tenha sido vítima de coisa semelhante é capaz de avaliar o susto, a revolta, o medo depois de passar por uma experiência desse tipo.
Infelizmente (e isso talvez seja o pior de tudo), todos nós sabemos que esses acontecimentos são tão rotineiros que algumas vezes a vítima nem se interessa em procurar a polícia.
Triste, revoltante verdade, mas a violência até parece natural.
Só que não é natural. Não é aceitável. Não é razoável que dentro de nossas próprias casas não estejamos seguros. Que nossos lares possam ser violados e as coisas que conquistamos com esforço e sacrifício nos sejam tiradas sem que ninguém se preocupe com as consequências.
Alarmes, cercas elétricas, segurança particular...e daí? A bandidagem continua solta por aí, rindo das nossas frágeis defesas.
Os revolucionários (aqueles lá da USP que não querem a polícia no campus) não vão às ruas exigir mudança nas leis. Endurecimento das penas. Aplicação efetiva das penas já existentes. São outros seus "ideais"...
É triste....é dolorido...é revoltante...
Não vou fazer desta postagem um palanque pra convocar todo mundo a fechar ruas, queimar pneus, protestar em praça pública (embora admita que gostaria), porque também não estou convencida de que resolveria.
Vou usar o espaço para dizer aos donos da casa, mas especialmente para a Sandra (que é mulher, que é mais "dona da casa" do que os outros, que fica mais tempo em casa sozinha e que deve ter sentido um medo sem tamanho) que sinto muito, muitíssimo mesmo. E que torço para que eles esqueçam. E que comprem coisas novas, melhores até do que as antigas. E que continuem acreditando que vale a pena lutar, construir casa, educar filhos,  crescer material e espiritualmente.
Porque nós não podemos desistir de acreditar. Porque nós somos os "mocinhos" deste grande drama chamado vida (e como dizia o herói de um filme lindo que assisti: "nós levamos a luz")
Porque no dia em que nós desistirmos, significará que eles, "os  homens maus" ganharam a luta. E isso simplesmente não pode acontecer.



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

De novo para Preta

Pensando em ti

Eu caminho por ruas estreitas
e nenhuma esquina, por escura que seja
me assusta
pois eu confio que teu amor me proteja
onde quer que eu vá.

Deslizo sobre seixos, escorrego em pedra dura
E não me detenho e não tenho medo
porque nada há para temer, basta saber
que ao final da caminhada voltarei pra você.

Eu piso com firmeza o chão, como se fosse meu
estendo a mão, colho uma flor
trago a flor junto a meu  peito
delicadeza de pétalas e gesto
defendo-a contra o vento
deposito a flor sobre tua mesa
eu caminho pela vida pensando em ti.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Especial do dia - extra

No dia do músico, música pra todos os insanos:

Dia do músico

Hoje comemora-se o dia do músico.
Temos músicos na família? Temos sim, felizmente.
Temos o Bruno, um músico diletante (diletante, segundo o dicionário é: quem exerce uma atividade por prazer não por obrigação; que manifesta atitude imatura ou amadora em questões de ordem intelectual ou espiritual; quem é apreciador apaixonado por música). O Bruno é diletante em todas as acepções do termo e quando ler isto ele vai ficar bravo - ele sempre fica bravo (mas que culpa eu tenho se ele não estuda música pra valer?).
Também temos o Caio e o Matheus que tocam instrumentos e se tocam, são músicos.
E ainda temos o Tico que ao menos uma vez eu vi tocando um tambor (eu não sei se era surdo, se era bongô então vai tambor mesmo, pra generalizar).
Ufa....entre os insanos tem gente com talento pra música. Que bom!!! 
A música, dizem os filósofos, é a linguagem dos deuses.
A música alegra a vida, relaxa, encanta...Há quem acredite que até cura certas doenças.
Então nesta data parabéns a todos os músicos profissionais cujo trabalho serve de trilha sonora para nossas vidas.
E parabéns especialmente aos nossos músicos "prata da casa".
Fá 
PS: se eu mencionei o Bruno com maior destaque é  por ele faz parte de uma banda e já fui vê-lo tocar,  o que o torna "mais músico" que os outros ("A quem  mais for dado, mais lhe será pedido").

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Um poeminha pra começar a semana

Paraíso

Bem na porta da entrada São Jorge montando guarda
e na parte de trás da casa um pacífico São Francisco
cuidando da gente e dos bichos.

Na cozinha pão caseiro, vaso e moringa sobre a mesa
flores frescas, água limpa
tem no fundo do quintal a sombra de um abacateiro
e o canto do sabiá.

Tardes de sol em janeiro convidando a namorar
meu oásis, meu shangri-lá
um paraíso inteiro, porque meu amor mora lá.

domingo, 20 de novembro de 2011

Nossa viagem ao sertão - uma história em capítulos


Nossa viagem ao sertão - capítulo VIII - parte II - aventureiras de primeira viagem

Acorda-se cedo no acampamento, mal  amanhece o dia. A lona da barraca, apesar de sua tonalidade escura não basta pra vedar a claridade. O cantar dos pássaros (ainda mais pra quem escolheu se instalar embaixo de uma árvore) é ensurdecedor. E a lona transforma o interior da barraca num forno logo depois que o sol se levanta.
Um café da manhã ligeiro, porém completo. Bolos, sucos, frutas, leite, café, pães (de forma, porque a padaria mais próxima fica a 200 km) e pão de queijo assado na hora, acreditem!!!
A primeira atividade do dia é canoagem...Como assim, canoagem???? É isso mesmo... Uns 15 minutos de instruções básicas, capacetes e coletes distribuídos e cada dupla tem que descer o rio...remando. Um mico total. Eu a Preta temos sincronia perfeita. Se eu remo pra um lado, ela rema para o outro e o bote gira em círculos...divertido (não havia como não rir), excitante (alguém poderia cair - e nós tínhamos feito um pacto de que houvesse o que houvesse não caíríamos), refrescante (o vento, os borrifos da água no rosto da gente) e ridículo (ao final, precisamos de salvamento - mas isso vocês verão quando eu postar o vídeo da nossa chegada triunfal - e não caimos).
No meio da descida, uma parada pra gente tomar banho no rio (limpido), descansar os braços (remar não é mole não) e tostar a pele ao sol do cerrado.
Na continuação, uma pequena queda d'água (pequena, mas o bote não deveria ir por ali).. O nosso foi....o resto, como eu já disse, vocês poderão ver no vídeo.
Ao fim dessa aventura já era hora do almoço. Almoçamos  no acampamento (comida simples, porém outra vez deliciosa - até  o prato vegetariano que é servido aos adeptos dessa culinária estava ótimo).
Breve descanso e embarcamos na jardineira pra ir até as dunas, ver o por do sol. Nenhuma palavra que eu escreva poderá traduzir a beleza das dunas e o encatamento do por do sol visto lá do alto. Talvez as fotos consigam fazer isso por mim.
A jardineira roda muito tempo por uma paisagem líndissima e a gente vai vendo as dunas muito antes de chegar até elas. Bem próximo das dunas uma lagoa azul, impressionante no meio do verde da mata.
Caminha-se em círculos, subindo muito pela areia para alcançar o alto das dunas. Uma vez lá em cima, além da vista espetacular, impressiona a imensidão de céu, areia e luminosidade.
Quando o sol se põe e começa a escurecer a gente vai descendo num silêncio reverente, na certeza de ter presenciado algo grandioso e mágico.
Já é noite quando tomamos o caminho de volta para o camping. A estrada acidentada se encarrega de quebrar a magia. A jardineira de repente vacila, engasga, treme inteira e atola num ponto em que o caminho  está bem ruinzinho. O motorista bem que tentou com toda a experiência acumulada naquele terreno nos tirar do imprevisto. Mas todas as tentativas falharam.
Fome, sede e frio começavam a inquietar os passageiros (alguns precavidos, como eu por exemplo, tinham agasalho dentro da mochila). Foi preciso esperar que lá no acampamento percebessem a nossa demora e mandassem a caminhonete de apoio pra nos resgatar.
Chegamos de volta quase às 22 horas. Tempo de um banho rápido, jantar sem muita conversa (todo mundo tava cansado) e cama, que o dia seguinte seria cheio outra vez.


O impressionante amarelo/dourado/vermelho do Jalapão


o dourado/vermelho das queimadas

o vermelho da terra

uma pele vermelha

o amarelado das dunas



dunas amarelo/douradas

o dourado por do sol


o anoitecer é vermelho

amarelo/dourado no céu



é quase noite no amarelado do sol

a jardineira atolada na escurdião

Corra atrás da vida, senão ela corre atrás de você.

A vida não para. E quando achamos que aprendemos o suficiente, vem a vida novamente e nos ensina uma nova lição.


Pense!


Anonimo

sábado, 19 de novembro de 2011

Meu tio caiu do cavalo

Meu tio caiu do cavalo (ou da égua, pra ser mais exata)

Quando eu era criança vivíamos no campo. Nós não possuíamos muita coisa, mas também não sentíamos falta de nada. Tínhamos ao alcance da mão quase tudo de que necessitávamos. A água era tirada do poço, no quintal.  A lenha para o fogão íamos buscar nas matas ao redor da vila (e acreditem, era muito divertido lenhar). No quintal galinhas, patos e algumas cabras garantiam o suprimento de carne, ovos, leite.  Nós éramos pobres, mas a gente nem se dava conta disso. Meu pai tinha um emprego razoável, que garantia o sustento da família. Nas horas vagas ele caçava, pescava, jogava futebol (não necessariamente nessa ordem) e plantava feijão de “a meia” (é um típico contrato de parceria – o contratante dono do terreno cede o espaço, o outro planta e a colheita é dividida entre os dois).
Meu pai possuía alguns parcos bens, que aos meus olhos infantis pareciam um tesouro:
uma bicicleta (das antigas, marca Mercswiss), preta, pesadona, o quadro central na forma de triângulo, a barra de ferro do cano horizontal servia pra transportar um eventual carona,  na face dianteira do triângulo a bomba de ar afixada por presilhas (para o caso de um pneu furado), no guidão farol e campainha (politicamente incorreta – afastava do caminho pedestres distraídos) e atrás do selim a armação de ferro que era tanto pra carregar pacotes, como pra levar alguém na garupa (encarapitada na garupa da velha bicicleta eu me sentia tal qual uma princesa todas as vezes que ele me levava pra passear - eu detinha privilégios: almofadinha pra viajar confortável); 
uma espingarda velha que nunca causou medo em ninguém, porque não era sequer vista como arma, não tinha como objetivo servir para defesa (nem havia do que se defender, na pequena vila não tínhamos notícia de violência, todos eram conhecidos e a maioria meio aparentada) e era usada somente pra caçar;
um estilingue pra matar passarinhos (não, não era crime ecológico);
uma lanterna à pilha que ele chamava de farolete – eu gostava desse nome, é sonoro e cheio de significado – (farolete: diminutivo de farol - um farol, ainda que pequeno ilumina mais que uma lanterna);
e uma égua: bonita, altiva, castanha e meio arisca.
Meu pai tinha também um irmão caçula que morava na Capital. Era o único ainda solteiro dos irmãos e nos visitava com alguma freqüência. Eu adorava as visitas desse tio. Não só porque ele foi o único tio que me deu uma boneca, mas também porque suas visitas eram divertidas e significam muitas saídas pra passear.
Muitas vezes saíamos os três na bicicleta. Meu pai ia pedalando, meu tio que era um cara miudinho (se a memória não me trai acho que não pesava mais que 60 kg) ia sentado no cano da bicicleta e eu, toda faceira, na garupa.
De vez em quando eles saíam montados na égua. Daí eu ficava. Meu pai dizia que a égua era muito manhosa, difícil de controlar e não deixava meu tio montá-la só.
Mas teve um sábado em que  meu tio, contrariando as advertências do meu pai,  cismou de sair sozinho montado na égua. Por alguma razão da qual na não me recordo, nós não podíamos acompanhá-lo. Meu pai ainda tentou convencê-lo de que não era boa idéia, mas não adiantou.
Lembro-me dele todo ajeitado, de sua camisa de um branco tão imaculado que rebrilhava  sob  o sol do meio da manhã, sorridente e bem disposto, doido pra se exibir pelo vilarejo .
Mas não durou muito seu passeio solitário. Como meu pai bem tinha previsto, a égua ao se  ver conduzida por alguém que não tinha o perfeito domínio das rédeas, disparou num galope atrevido. Em alguma curva no meio do caminho, manhosamente ela se livrou de sua carga, atirando meu tio na poeira da estrada.
Alguém veio avisar ao meu pai que meu tio tinha caído do cavalo. Fomos correndo socorrê-lo e já o encontramos voltando. Felizmente sem nenhum osso quebrado. Vinha a pé, puxando a égua pelas rédeas.
Nunca me esqueci da cena que vi: o chão, a égua, a camisa antes branca, eram todos dde uma mesma cor, marrom.

Fá – 23/09/11





quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tinha uma pé de jabuticaba no meio do caminho

Fazemos aula de yoga às terças e quintas. Mas nesta semana a terça era feriado e nossa professora, muito gentil, nos convidou pra fazer aula na quarta. A aula de quarta é em Perdões, bem mais perto da nossa casa, o convite era legal e nós fomos. Às quartas a aula é mais cedo, termina por volta de 18:30 horas. No horário de verão a essa hora ainda é dia. Eu já sabia que lá no terreno onde fica o sala de aula tem um pé de jabuticaba (já tinhamos feito aula no local outras vezes). Pois então, dia ainda claro, eu tô saindo e olho pro chão e vejo umas cascas de jabuticaba...Onde tem casca de jabuticaba, tem jabuticaba, certo? Certíssimo...
Manobrei o carro, fui parar embaixo da jabuticabeira. Poucas frutas, redondas, gordas, reluzentes de tão pretas, lá no alto, nos galhos mais finos.
E eu lá sou mulher de ter medo de galho de árvore. Joguei dentro do carro tudo que estava em meus bolsos, nem me dei ao trabalho de fechar a porta do carro, nem de desligar a lanterna, nem de dizer para  Preta o que eu ia fazer...Adivinhem o que eu ia fazer?
Isso, isso mesmo que vocês pensaram. Me pendurar nos galhos, mesmo finos. Subir  o quanto fosse possível e colher jabuticabas. E enchi os bolsos. Consegui entregar para a Preta umas duas mãos cheias e mais um pouco....sem contar as que fui comendo enquanto colhia (que não sou tonta né, não ia colher sem comer...).
O dia tinha sido cinzento e frio. Uma quarta-feira besta, com cara de segunda. Preguiça demais e bom humor de menos.
Mas aquele pé de jabuticaba, meio franzino, com suas frutinhas temporãs salvou a tarde, me deu uma  injeção de ânimo e me fez lembrar que a felicidade verdadeira custa bem pouco...ou melhor, não custa nada, as jabuticabas foram de graça (era uma árvore de domínio público...rsrs....).

Foi pedido. Aqui está um post de quinta, feito na quinta!


Começamos a semana,
e já esperamos o seu fim.
E quando chega a quinta.
Não parece tão ruim.

Este dia chega rápido,
E demora a passar.
Um sentimento rábido.
Vem, de uma vez, nos mostrar,
que a temos em desafio.
Apenas um empecilho,
que estamos a encerrar.

Dia de festa.
De feriado com emenda.
Com Sol ou chuva,
o dia mais ansiado,
que seja finalizado,
aguardando a Sexta-feira.

Anônimo

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dia internacional da tolerãncia

Hoje é o dia internacional da tolerância. De cara eu pensei que deveria me abster de fazer qualquer comentário a respeito dessa data. Afinal, quanto mais o tempo passa mais eu percebo que vou me tornando intolerante (deve ser o preço de ser tonar envelhescente - a gente passa a considerar precioso o próprio tempo e tem horror desperdiçá-lo com coisas chatas ou pessoas desinteressantes - por isso eu não tolero papo furado).
Eu definitivamente não tolero barulho...Sabe quando você vai indo na rua na boa e passa um daqueles carros de propaganda com um alto-falante berrando o nome de uma loja? Pois então, eu até compraria nessa loja....Compraria, mas depois de ouvir o berreiro nunca mais ponho os pés nela.
Também não tolero funk (e o Rodrigo que tem só a metade da minha idade não me deixa só nessa "parada")...E por consequência, não ando tolerando uma certa novela da emissora líder de audiência que me parece, vai tentar enfiar na goela do público a ideia de que ser uma "estrela" do funk dá futuro.
Ah, não tolero ainda gente que fala ao celular no cinema, que apoia os pés nas costas da minha poltrona, que comenta o filme...
Mas peraí, eu pensei....acho que a minha reflexão está tomando o rumo errado.
Tá certo, eu sou intolerante por princípio e por convicção. Mas a tolerância a que se refere a data é muito mais ampla, não se trata de ser "tolerante" com a falta de educação alheia.
A data de hoje pretende ser um chamado à aceitação das diferenças. Uma porta aberta à possibilidade de aceitarmos a religião do outro, a preferência sexual do outro, a convicção política do outro, o time de futebol do outro.
Em sendo assim, todo o meu palavrório lá do início não tem importância alguma, é apenas conversa fiada.
Porque eu não tenho problema nenhum com a diversidade. Eu  até acho que as diferenças é que tornam o mundo divertido e a convivência com os outros estimulante.
Afinal, se todo mundo torcesse para o Corinthians, que graça teria um jogo de futebol?
Ou, como se dizia no tempo da minha avó, o que seria do verde se todo mundo gostasse do cor de rosa?
Fica, portanto, o registro da data instituída em 1995 pela ONU com o objetivo de valorizar a pessoa humana e evitar conflitos originados por diferenças culturais.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nossa viagem ao sertão - uma história em capítulos

Nossa viagem ao sertão - capítulo VIII - parte I - A primeira noite no acampamento


Depois de viajar durante um dia inteiro sacolejando por estradas de terra que pareciam intransitáveis (e literalmente "travar" as costas no banco duro da jardineira - no meu caso, ao banco duro do fundão acrescentei mais de uma hora viajando no mirante, ou seja, no "teto solar" da jardineira, tomando vento e sol na cara e acabando de arrebentar as costas pela falta de encosto), depois de vencer quilometros de areial, quando já não havia por perto o menor sinal de civilização, chegamos enfim a uma enorme clareira no meio da mata, ao lado de um rio de águas cristalinas. Lá estava o acampamento.
Limpo, organizado, cuidadosamente preparado pela equipe de apoio que estava a nossa espera.
A distribuição das barracas que deveria ter sido feita pelo guia de repente se transformou, democraticamente, num processo de livre escolha. Escolhemos a de número de 6, mais ou menos no meio do "camping", não era a primeira, não era a última. Ficava estrategicamente embaixo de uma árvore e perto da área dos chuveiros.
As regras de ocupação do local foram definidas: o horário das  refeições deveria ser rigorosamente observado por todos. Ao toque de um sino, deveríamos comparecer à barraca-restaurante, pois a ordem eram comermos todos juntos. O tênue fio de luz que pendia dentro de cada barraca era desligado quando todos fossem deitar. Para circular pelo acampamento durante a noite era obrigatório o uso de calçado e de lanterna (nunca se sabe no que alguém poderia pisar). Equipamentos eletrônicos que necessitassem de recarga tinham que ser entregues ao pessoal de serviço após a jantar e passariam noite sendo recarregados (o acampamento conta com gerador para ter iluminação, rádio e refrigeração). As barracas, dotadas de ziper tanto interna quanto externamente, deveriam ser mantidas fechadas para evitar surpresas.
Fomos mandados para o banho porque em seguida seria servido o jantar.
Antes de ir par o banho, exploramos a barraca. Alojamento de primeira, cama de verdade e não um saco de dormir. Banheiro com privada e lavatório. Um armário para guardar os pertences. Roupa de cama cheirosa.
Banho num vestiário coletivo, porém com o conforto de água quente.
E na hora de sairmos para o jantar, o susto que marcou nosso pirmeiro contato real com o Jalapão. Ao cumprir a ordem de fechar a barraca, na hora de correr o ziper externo, uma sombra chamou a atenção da Preta:
-"ilumina aqui", ela me disse - eu estava com a lanterna.
Ergui o facho de luz e lá estava, muito perto de onde chegaria a mão dela, um escorpião. Inseto perigoso, peçonhento, sua picada, dependendo do tamanho e do estado de saúde da vítima, pode até ser  fatal.
Por pouco, muito pouco esse bicho não estraga nossa viagem.
Deixei a Preta com a lanterna na "marcação" do escorpião e corri chamar um empregado do camping que o esmagou sem dó, enquanto nos pedia muitas desculpas e garantia que a área tinha sido criteriosamente varrida, que eles tinham verificado barraca por barraca.
Fomos jantar, que a fome era grande. Tomamos a caipirinha de boas vindas. A comida estava deliciosa...a conversa e o riso muito agradáveis (o grupo começava a se enturmar).
Mas na volta ao nosso "apartamento", antes mesmo de escovar os dentes, lanterna em punho, fizemos uma varredura completa, centímetro por centímetro para ver se não havia mais nenhum visitante inesperado.
E pelo sim pelo não, dormi com a lanterna ao lado do travesseiro...se bem que não adiantaria nada. Tão cansada eu estava que dormi como pedra, embalada pelo murmúrio do rio.

Hoje não tem trilha sonora; quem chegou até aqui merece algumas imagens:



Canyon do suçuapara


o capim dourado
a "estrada" para o camping


vista geral do camping
nossa "casa"


barraca-restaurante
no teto solar da jardineira

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Uma data especial

Hoje foi (foi não, ainda é que ainda falta meia hora para o fim do dia) uma data especial: 11/11/11.
Em toda parte só se ouvia gente repetindo que outra data igual a essa só acontecerá daqui a 100 anos.
Crentes, esotéricos e místicos de todas as vertentes esperavam algo como o fim do mundo, ou pelo menos um cataclisma. Nada aconteceu. Pelo menos não até agora (como eu disse, ainda falta meia hora, nunca se sabe...).
Cética que sou, não acredito em numerologia, em astrologia, não esperava nada. Acho que a data não passa de mera coincidência.  Se a gente resolveu dar números aos dias, é natural que em algum momento aconteça uma sequência de algarimos iguais, por simples obra do acaso.
Afinal, o mundo já teve o dia 11/11/1011 e também o dia 11/11/1111. E daí, o mundo acabou? Não, né! Tanto não acabou que estamos aqui.
Eu acho que este planeta velho vai continuar rodando nos eixos por alguns milênios futuros e virá o dia 2/2/2222, ou 3/3/3333 ou 5/5/5555 e não se acabará tão facilmente, porque na verdade a única coisa que realmente acaba somos nós, individualmente.
E o melhor que a gente tem a fazer antes que acabe é viver intensamente, buscando equilíbrio entre corpo, mente e atitude. Aproveitando a vida a cada instante e buscando vivê-la com o máximo de dignidade possível.


PS: De qualquer modo, pelo sim pelo não, hoje fui a um ritual com minha mestra de yoga (energização, visualização, meditação) - o Portal 11/11- porque como diz aquele comercial de seguro..." vai que...". Namastê.


A natureza é assim

Logo cedo as maritacas, chatas, barulhentas, inconvenientes tentam pousar no alto da caixa da escada. As andorinhas, que são as verdadeiras donas do telhado, do forro e do beiral atacam em bando e botam as maritacas pra correr. É até engraçado....meia dúzia de andorinhas minúsculas espantando as maritacas, bem maiores do que elas.
Elas também espantam gaviões. Tenho um comedouro no quintal. Os gaviões ficam voando em círculos, na esperança de apanhar algum passarinho distraído (um gavião desastrado já se chocou contra a porta de vidro e foi parar dentro da sala de ginástica - tenho foto, posso provar). Pois basta o gavião vacilar e pronto, tome andorinhas em formação prontas pra bicá-lo.
As andorinhas, aliás, de vez em quando se arvoram em donas do território e avançam sobre quem sai no quintal. Eu já fui vítima, o Benê ( meu assessor pra assuntos especiais, lembram dele?) também já foi e até a empregada. A única que nunca foi ameaçada é a Preta. Me parece que elas tem algum preconceito de cor, não atacam gente loira.
Já que as maritacas me acordaram, saio pra caminhar. Na volta, vou até a horta comprar alface (é, aqui tem horta na porta pra gente comprar verdurinha fresquinha, colhida na hora). Enquanto espero o rapaz colher as alfaces, vejo um bem-te-vi pousado num galho, piando desesperado. Me aproximo devagar pra ver o que acontece. Um gato, muito na dele, como quem não quer nada passeia embaixo das árvores. Não me parece que seu alvo seja o bem-te-vi. Mas pouco importa. O passarinho dá rasantes e ataca o gato a bicadas, diversas vezes. É uma cena divertida. Como não gosto de gatos, mesmo tendo a impressão de que o gato não está fazendo nada, torço pelo passarinho.
A caminho de casa, na esquina da minha rua, vejo um pássaro maior....um tucano, meio assustado pousa desajeitado num galho...depois, como querendo se exibir pra mim vira-se de frente e me permite apreciar toda a beleza de seu colorido antes de voar pra longe.
São acontecimentos simples, comuns por aqui....mas presenciá-los sempre me traz a sensação reconfortante de que ganhei o dia.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Especial do dia - extra

Você pediu Antonio Marcos ("você pediu e eu já vou daqui"). Entendo. Também gostava dele. Mas eram canções tristes, cheias de amores não correspondidos, de angústia existencial. Tanta angústia que ele até morreu cedo, como cabia a um poeta triste, solitário, sombrio. Talvez eu em engane, mas acho que vivemos um amor de plenitude. E eu sinto necessitade de canções solares, que tragam alegria de viver. Por isso hoje ofereço esta a você:



Contatos imediatos

Peço ajuda das cartas, dos universitários, dos  nerds e dos geeks, dos jovens insanos da família ou  agregados, de qualquer um que entenda de informática, linguagem eletrônica, realidade virtual, contatos imediatos de primeiro, segundo ou terceiro grau, códigos secretos e/ou bruxaria.
Tem um ET tentando conversar com a gente.
Aqui em casa quando ligamos a televisão na parte da tarde, todos os  dias no mesmo horário, surge na tela um código indecifrável.
Logo que apareceu eu pensei comigo: - "Xi, essa porcaria de televisão vai queimar". Não queimou.
Então é interferência, óbvio né? Sim, poderia ser. Mas é estranho: interferência num único aparelho, todos os dias, no mesmo horário. Interferência que não prejudica a imagem, não distorce o som, nada. Só aquele código esquisito aparecendo na tela por alguns segundos...depois some.
Algumas vezes é uma linha negra cheia de quadradinhos em branco. Outras vezes é uma sucessão de símbolos ininteligíveis.
Outro dia, quando apareceram os quadrados eu disse que gostaria de responder mas não sabia como. A Preta, muito da engraçadinha disse que se o ET manda mensagem em quadrados eu tinha que responder em retângulos...Então tá.
Eu tentei responder, de todas as formas. Apertei todas as teclas do controle remoto: as numéricas, as que navegam pelo menu, pela escolha do idioma, pela definição de imagem e nada. O melhor que consegui foi tirar o canal de sintonia (e haja paciência para sintonizá-lo de volta).
O sinal continua chegando todos os dias, invariavelmente lá pelo final do nosso almoço.
Eu já começo a me preocupar: e se o ET estiver em perigo e aquilo for um pedido de socorro? E se nós estivermos em perigo e aquilo for um  aviso? E se, nas minhas desastradas tentativas de responder escrevi e enviei um palavrão para o espaço sideral?


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Minha vida de Pereirão - parte II

Minha postagem de ontem ao que parece pode me render uma nova ocupação. Considerando-se o exemplo da novela e as reclamações que ouço das esposas a respeito de maridos que não "mexem uma palha", acho até que poderia ser bem rentável.
E isso porque eu nem listei todos os serviços que faço, dei apenas exemplos. Eu também já soldei fio solto de secador de cabelos, reinstalei programa de computador, fiz um espantalho pra por na horta, colei sola de sapato, troquei cabo de vassouras e muitos outros serviços miúdos que ninguém quer fazer.
Pois mesmo sem fazer propaganda de todas as minhas habilidades, fui solicitada como exterminadora de insetos.
Trata-se agora de uma infestação de baratas, problema facílimo de resolver. Nem vou precisar ir até o local. E não vou sugerir que contratem uma empresa de dedetização.
A solução é simplésima e a dica é totalmente grátis:

1ª receita -

100 gramas de ácido bórico (compra-se na farmácia)
1 cebola picada bem miudinha
1 colher de sopa de farinha de trigo

Juntar os ingredientes, fazer bolinhas e espalhar em todos os locais frequentados pelas baratas: frestas, cantos, armários, caixas, gavetas. Elas vão comendo, não param de comer...e vão morrendo. Cuidado com animais domésticos, eles também podem comer e ir pro beleléu....mas, se você tiver algum gato da vizinhança que te incomoda....bom, deixa pra lá, gatos não gostam de farinha com cebola....ou gostam?

2ª receita -

Sabe aquela cervejinha que você toma em casa...então... deixe um resto no fundo da garrafa, acrescente um pouco de ácido bórico, deite a garrafa no local por onde passam as baratas (faça uma pontinha pra elas entrarem na garrafa - um palito de sorvete, um pedacinho de madeira). Baratas, acreditem, são loucas por cerveja....e garrafas ou latas armazenadas com resto de cerveja são um criadouro de baratas.

Por esta vez, somente por esta, não vou cobrar nada pelas minhas dicas. Espero que dê certo.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Minha vida de Pereirão

A divisão das tarefas aqui  em casa é um tanto sexista. Não foi uma decisão premeditada. Simplesmente foi acontecendo, num processo de seleção natural. Eu não tenho talento algum para fazer pães, decorar uma mesa de bolo, fazer arranjo de flores. Então as tarefas mais delicadas foram ficando para  a Preta e pra mim acaba sobrando o que se poderia chamar de "serviço sujo". Se eu me esforçasse até seria capaz de aprender a guardar as camisetas no guarda-roupas em pilhas bem ordenadas, na pilha da direita as brancas e na pilha da esquerda as coloridas. E ainda aprenderia a organizar as camisas segundo o comprimento das mangas, da direita para a esquerda começando pelas de manga curta e terminando com as de  manga longa. Mas eu não me dedico o bastante e pra mim o que resta é trocar lâmpadas, rastelar as folhas secas do quintal, abrir o ralo do box quando a água do banho demora pra descer, matar insetos e  por aí vai.
Não estou me queixando. Faço o registro porque acho de que vez em quando acontecem fatos que se não são engraçados, são no mínimo curiosos.
Como o caso do extermínio das vespas (ou marimbondos, se vocês preferem).
Um família de marimbondos pretos (não sei de que espécie) resolveu fundar um verdadeiro condomínio na nossa casa. Começaram já faz bastante tempo. Escolheram um lugar privilegiado: o toldo da janela do quarto de hóspedes. No alto, quente, protegido do vento e da chuva, escondido de eventuais predadores.
Da primeira vez lá fui eu dar um fim na moradia deles. Inexperiente, levei bem duas ferroadas de marimbondo. Eles são inofensivos, mas ainda assim posso garantir que ferroada de marimbondo não tem graça nenhuma.
Pensei que tivesse conseguido expulsá-los mas eles voltaram: um, duas, três, quatro vezes.
Por duas vezes o Benê (meu assessor para assuntos especiais)  fez o serviço, derrubando os ninhos. Eles voltaram....aí eu chamei uma empresa de dedetização que literalmente bombardeou o ninho com veneno. Mas outra vez eles voltaram...desta vez, para o forro da cobertura do portão de entrada (outro abrigo perfeito: protegido, quente, oculto). Era tanto marimbondo que eles não cabiam mais no ninho e ficava aquele enxame do lado de fora, grudado na tabueira.
Chamei outra vez os especialistas da dedetização: novo bombardeio de veneno e eles precisaram até retirar algumas telhas para arrancar do forro a colmeia (casa de abelha é colmeia...de marimbondo também será?).
Pensam que acabou? Nada....acho que marimbondo se repoduz em velocidade maior do que os que a gente consegue matar.
Exatamente uma semana depois, na porta da sala de ginástica eu vejo um movimento estranho, uns marimbondos voando pra lá e pra cá. Levanto a cabeça e descubro no forro do beiral uma casa em estágio avançado de construção e os insetinhos trabalhando árduamente....Ah, minha paciência que não é muita, acabou....O ninho estava em cima da porta, a Preta passa por ali inúmeras vezes ao dia e ela é ligeiramente alérgica e eu tava cheia de gastar dinheiro.
Fui direto pro supermercado: comprei um veneno poderoso, daqueles bem fedorentos. Voltei pra casa e me paramentei (essa vocês tinham que ter visto)...calça jeans, botas, blusão de nylon com a gola erguida e o ziper fechado até o pescoço, luvas de couro presas no pulso pelo punho elástico do blusão e na cabeça, um saco plástico desses de lavanderia (transparente né, pra eu enxergar o que ia fazer), grande o bastante pra me cobrir até os ombos.
Pus uma escada embaixo do ninho, empunhei o aerossol, mirei e apertei o gatilho: sshshshsh....shshsshshs...foram bem uns dois minutos esguichando veneno e o chão ao meu redor ficando preto de tanto marimbondo morto....
Desci da escada, me afastei um pouco e retirei o saco da cabeça pra respirar (eu tava sufocando lá dentro - e crianças: não tentem fazer isso em casa)...voltei pro combate, dei mais duas esguichadas só pra garantir e depois, de vassoura em punho só parei quando tive certeza de que tinha arrancado o ninho dos infelizes...
Varri o chão, recolhi os mortos, guardei os apetrechos, lavei as mãos pra tirar  qualquer resíduo de veneno e fui jantar com a sensação do dever cumprido.
Vocês pensam que é mole a vida de Pereirão?

domingo, 6 de novembro de 2011

Especial do dia - extra

Se a ideia é por música pra si mesmo, o tema pra mim hoje é este, não tem outro:

Nossa viagem ao sertão - uma história em capítulos

Capítulo VII - De jardineira, a caminho do Jalapão

Sábado logo cedo um café rápido e empacotar nosso kit acampamento (já tínhamos sido avisadas de que a bagagem para o Jalapão tinha limite e incluía, obrigatoriamente, lanterna e pilhas). Trancar o carro que ficaria aos cuidados da sorte, estacionado em frente ao hotel em Palmas. E embarcar no veículo que nos conduziria ao tão sonhado sertão do Tocantins.
Nossa condução já estava à nossa espera. Como descrevê-la? Não sei....um veículo adaptado, próprio para os terrenos difíceis que teríamos pela frente. Jardineira é a única palavra que me ocorre (ao final desta saga, quando eu postar as fotos vocês poderão dizer se tenho razão).
Quando embarcamos nossos colegas de aventura já estavam instalados. Restavam apenas alguns lugares no fundão...aquilo não era muito promissor (minhas costas acabariam pagando um tributo ao sacolejo do banco do fundão). Havia duas providências urgentes a serem tomadas: me armar de paciência e me desarmar de qualquer expectativa. Porque bom ou ruim, aquilo  não era pra sempre,só duraria exatos quatro dias.
O Jalapão fica longe e pra chegar lá demora....muito. Principalmente porque a jardineira não corre. E ainda faz algumas paradas estratégicas pelo caminho. O complicado (quem já viajou de excursão sabe como funciona) é que na hora em que o ônibus para o povo dispersa. Uns vão ao banheiro, outros tomar café, comprar sorvete, lembracinha, biscoito e...pra reunir todo mundo outra vez leva um tempão.
Chegamos a Ponte Alta, cidade que é a porta de entrada para o Jalapão (mas também pode ser a porta de saída da civilização) por volta das 13 horas. Cidade pequena, meia dúzia de ruas, um calor infernal e o almoço no restaurante já incluído no nosso pacote. Restaurante...posso chamar aquilo de restaurante? Bem, tinha mesas,comida, talheres, pratos e gente pra nos servir...então era um restaurante. Mas posso afirmar sem medo de errar que foi o pior restaurante em que já estive em toda minha vida.
Não dá pra contar exatamente o que comi, não lembro direito. Lembro que fui ao banheiro (não, não foi o pior banheiro que já vi na vida, mas era forte candidato). Assim que entrei, muita água no chão, foi preciso arregaçar as calças e ter alguma técnica em malabarismo pra fazer um xixi básico. Quando tentei puxar a descarga (descarga de cordinha - alguém ainda se lembra disso?)  quase tomei um banho (tá bom, fazia um calor infernal, mas banho da caixa de descarga não dá né). Saía muito mais água pela tampa da caixa do que pelo cano da descarga. Em algum momento durante o almoço vi que um sujeito correu até o banheiro com um rodo e balde na mão e deu aquela limpadinha "meia boca". Avisei depressa a Preta pra que fosse logo ao banheiro e que, por precaução, não puxasse a cordinha da descarga.
Acabado o lauto almoço, toca seguir viagem. Demos adeus ao asfalto. Dali em diante só terra. Ou estrada de chão como eles dizem por lá. Poeira vermelha que vai entranhando na pele da gente. Sol, muito sol. E tanta coisa pra se ver pelo caminho que fica até difícil lembrar e descrever: paisagens com muito verde, paisagens queimadas, emas, siriemas, periquitos, araras e surpresa das surpresas, uma mamãe veado e seu filhote (fugiram em sua corrida peculiar quando sentiram nossa indesejável presença). Fizemos uma parada para conhecer uma plantação de capim dourado, planta típica do local, usada para fazer belíssimas peças de artesanato. Esse artesanato  vem tornando o Jalapão conhecido pelo mundo afora. Tivemos uma verdadeira aula sobre capim dourado: época da colheita, a quantidade permitida para cada artesão, a cooperativa que coordena a venda das peças, mas não vou cansá-los com esses detalhes. Na internet existe farto material para quem se interessar por conhecer melhor essa atividade econômica da região.
A essas alturas já estávamos todos sujos, suados e com os traseiros doloridos da confortável viagem em nosso ônibus-caminhão-jardineira.
Mas os deuses da floresta sempre recompensam aqueles que se aventuram pelo mato em busca de aventura: chegamos a uma cachoeira. Descida íngreme numa trilha de pedra meio escorregadia e de repente, aquele volume de água escorrendo por um paredão imenso, o Canyon do Suçuapara. Silêncio...só o ruído contínuo e impressionante da água...pouca luz, só alguns raios filtrados por entre as árvores...e alguns mosquitos, que nada é perfeito.
O Jalapão começava a se mostrar para nós em todo seu esplendor.  O Jalapão é deserto, é bom esclarecer, não porque lhe falte vegetação ou água, mas sim por ser distante e praticamente desabitado.
Com tanto anda e para só chegamos ao acampamento à noite onde nos esperava nova surpresa. Camping chiquérrimo no meio do nada: barracas com banheiro, cama e um fiozinho de luz, mínimo mas ainda assim luz. Banho de chuveiro. Caipirinha como aperitivo, jantar quentinho, farto e saboroso. Mas todo o resto a respeito do acampamento eu só vou contar no próximo capítulo.

Trilha sonora para o capítulo de hoje:








sábado, 5 de novembro de 2011

Esta é para mim mesma.


Obrigada

Rosa/Preta

"SÁBADO"

Um desafio pelo Bruno foi lançado
Pelo meu afilhado confirmado
Como não tenho o "dom das palavras"
me calei...e pensei....
Se o desafio fosse uma "arte qualquer"... sem o envolvimento da escrita
Teria aderido no ato.
Entretanto... o sábado não saiu da minha cabeça
...eu poderia ser atrevida e escrever o sábado.
 E como tudo não passa de uma brincadeira, resolvi escrever umas besteiras.
Com vergonha de publicar, deixei guardado
Mais um apelo da Fátima foi deixado...
...é preciso movimentar o blog,  não vamos deixa-lo morrer.
Fechamos então "um ciclo" se assim posso dizer
Já temos o sábado, o domingo e a segunda
Com a Fátima teremos a sexta-feira
A terça, quarta e a quinta alguém há de fazer...


Sábado, último dia da semana, antecessor do domingo
O sábado é sempre lindo
Chuvoso ou ensolarado
Ele é sempre amado
Sábado
Seja bem vindo!!!!

Sábado
Sétimo dia da semana
Sexto dia da semana
Dia de Sabá
Dia de Saturno
Dia  do repouso
Dia do banho
Dia da terra

Não importa o idioma
Nem mesmo a religião
O sábado é esperado e comemorado
De todos os dias da semana (para mim) é o de maior significado.

Que todos tenham um bom recomeço.



Rosa/Preta

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Teste de múltipla escolha

Eu já me queixei aqui  (e pessoalmente também  com alguns insanos) da falta de movimentação do blog. E do fato de quase ninguém comentar as postagens. Eu até já ameacei abandonar o blog (daí surgiram alguns dizendo pra eu não fazer isso e afirmando que leem todo dia). Mas ainda assim, o retorno é pequeno. Em muitos dias é nenhum.
Pois bem, alguém me soprou a ideia e eu achei interessante: fazer uma enquete (mas vocês tem que participar, né...vocês precisam responder...).
Então preparei um teste de múltipla escolha pra descobrir a razão pela qual o nosso blog fica dias e dias paradão.

Você não faz postagem e/ou não comenta o blog:

a) por preguiça;

b) por falta de tempo;

c) por motivo de força maior (você acessa no horário de trabalho e o chefe não pode descobrir);

d) você acha que tudo que eu escrevo é besteira;

e) você não acessa coisa nenhuma e só diz isso pra eu parar de encher o saco;

f) blog, que blog? onde, quando, como?

Vamos lá, sejam sinceros, respondam....pelo menos no próximo encontro a gente vai ter motivo pra dar umas boas risadas.

PS: prometo publicar o resultado, seja ele qual for.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A semana a espera de um autor

Deus fez o mundo em sete dias e descansou no sétimo diz a Bíblia (o que já é contraditário: se descansou no sétimo então fez o mundo em seis dias). Considerando-se a origem do nome domingo ("domenica dies" - dia do Senhor, em latim) e o fato do Criador ter descansando, supõe-se que domingo seja o sétimo dia (a  menos que Deus tenha descansado antes de fazer o mundo, o que provaria a tese de que Ele é brasileiro). Mas se o domingo é o sétimo, então a segunda é o primeiro, a terça é o segundo e assim sucessivamente, o que torna a nomenclatura dos dias também contraditória.
Para os adventistas o sétimo dia é o sábado, dia de descanso, jejum e oração. Por essa ótica, o domingo então passa a ser o primeiro dia, a segunda o segundo e por aí vai e os nomes passam a fazer sentido, mas a semana não, porque a regra geral continua sendo a obrigatoriedade do descanso  aos domingos (consagrado em leis trabalhistas na maior parte do mundo).
Pois seja o domingo sétimo ou primeiro, eu já o louvei em versos óbvios, chamando a preguiça, o futebol,  o encontro em família e para rimar, a missa.
Veio outro mais soturno, falou da segunda com bronca de patrão e obrigação, ônibus atrasado, almoço requentado.
Ainda que por mera coincidência, a sequência dos dias estava respeitada.
Sobraram ainda ma semana, cinco dias a serem louvados.
Corri para abraçar a sexta, com seu imenso leque de possibilidades.
Restaram sós no calendário a terça, a quarta, a quinta e o sábado, totalmente abandonados.
Esperei uma semana e nada. A semana seguinte já vai adiantada.
Não posso fazer a sexta  isolada, porque a semana se conta de enfiada, com um dia atrás do outro.
Convoco então mais uma vez os escritores de plantão. Tem muitos escondidos neste blog.
Tem o Ricardo, o Rodrigo, a Preta, a Júlia e a Má.
Ou alguém assume os dias faltantes e conta sua rotina, num verso, numa frase, numa ideia. Ou a semana ficará eternamente a espera de um autor e eu também deixo a sexta pra lá.

PS:  Agora falando sério a respeito da nomenclatura da semana:
na antiguidade o domingo era o dia em que os cristãos se reuniam em torno dos templos para o culto e em praça pública para a venda do resultado de seu trabalho. Era a "prima feira", portanto o primeiro dia da semana, e em consequência os outros eram a segunda, a terça, a quarta, a quinta e a sexta, todos com "feira". O sábado então era o sétimo dia, dedicado ao descanso e sem feira no nome (o "Shabbat" dos israelitas). Posteriormente a tradição católica fixou o descanso aos domingos em função da ressurreição de Cristo. 


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Especial do dia

Hoje é aniversário da Bárbara, a namorada do Bruno (alguma dúvida de que ela seja insana? Rsrsrs...) Aqui no blog quem faz aniversário ganha música e a dela só demorou porque estive ocupada o dia todo.
Parabéns Bárbara: