segunda-feira, 30 de abril de 2012

Segunda-feira também é dia...de poesia

Rendo homenagens a uma segunda-feira feia, fria, cinzenta e chuvosa:



Chuva

Me possua,  chuva
tua umidade envolvendo aos poucos
minha intimidade e me dissolvendo
em teu corpo líquido
teu sopro de frescor sobre a minha pele
causando arrepios
me tornando amante de ventos e coriscos.
Caia sobre mim cascata de água pura,
grossa tempestade, garoa, chuvisco,
no leito dos rios, na relva macia
sobre a terra nua, nos montes,  nos vales,
chuva, me possua.



















sexta-feira, 27 de abril de 2012

Outra vez às voltas com a burocracia

Chega a época de renovar a carteira de habilitação. Só de pensar já me dá desânimo. Imagino filas intermináveis, taxas, emolumentos e amolações (mas entendo que as autoridades necessitam controlar nossa capacidade/habilidade/sanidade para conduzir veículos - devo me submeter ao martírio).
Acesso o site do Detran e opa! quiquéisso? É possível fazer agendamento eletrônico, no posto de atendimento mais próximo da minha residência. O site faz o agendamento com dia, hora e local ao qual devo comparecer, aponta os documentos que devo levar e ainda me adverte pra chegar um pouco mais cedo (informa-se que o atraso tolerado é de apenas 10 minutos). Que os deuses da informática nos protejam! A modernidade chegou ao serviço público tupiniquim!
Calma aí!. Também não é bem assim, descubro logo ao chegar.
Estou agendada para as 9 horas. Levanto cedo, faço escova nos cabelos (claro né, vou ser fotografada digitalmente). Chego ums 10 minutos antes do horário, mas o posto só abre as  9 horas (oficialmente). Na prática só vai abrir por volta de 9:10 horas, quando o primeiro funcionário faz o favor de chegar. De cara feia, como pede a praxe nesses casos. Enquanto o posto não abre, uma fila se forma, na calçada (e vocês queriam o quê? esperar sentados? protegidos do sol, da chuva e do vento? Ah, vá). Suporto estoicamente a espera (e tome ao menos duas preferências passando na minha frente - nada contra os detentores de preferência, mas não deveria haver um guichê exclusivo para eles?).
Enfim, sou atendida. Um conferida rápida nos documentos, um número anotado nos meus papeis e sou mandada pra outra sala (de volta para a fila, em pé), para a coleta dos meus dados (fotografia e digitais digitais - não, eu não gaguejei - a coleta das digitais é digital...).
Depois disso tudo só me resta pagar uma taxa (não é barato) e fazer exame médico (que só poder ser feito após 48 horas de iniciado o processo - tempo para os dados entrarem no sistema) e claro, retornar ao posto de atendimento levando o resultado do exame médico e o comprovante de pagamento.
Na cidade só há uma clínica credenciada para fazer o exame médico. Na primeira tentativa o "sistema" estava fora do ar, Perdi tempo, paguei estacionamento e não consegui fazer. Dia seguinte, nova tentativa e adivinhem? sistema fora do ar outra vez. Mesmo assim, resolvi esperar.
O exame foi surreal. Eu fiz uma cirurgia de correção de miopia por um método inovador. Enxergo de longe com o olho esquerdo e de perto com o direito. Com os dois juntos enxergo muitíssimo bem, obrigado. Numa estrada sou capaz de ver um veículo vindo a quilometros de distância e calcular a ultrapassagem. De perto, sou capaz de catar e matar pulgas.
Pois não é que o médico implicou com a minha cirurgia. Cismou que não é natural. Não, não é, eu concordo. Mas e daí? Eu não ando por aí com um olho aberto e outro tampado, eu uso os dois ao mesmo tempo (graças a Deus) e o meu cérebro se encarrega da tarefa de juntar as imagens e convertê-las segundo a necessidade do momento. Deu trabalho convencer o sujeito de que não preciso e nem tenho como usar lentes corretivas, mas ao final consegui sair de lá com o resultado APTO.
De volta ao posto com  toda a papelada e desta vez, maravilha, não tem fila. Entrego tudo na mão do funcionário e, adivinhem de novo? Falta uma pasta....o diabo de uma maldita pastinha branca dentro da qual eu tenho que colocar aquela papagaiada...a taxa que eu paguei não basta para o serviço público comprar a pasta na qual seguem os documentos do contribuinte...e por que, mas por que ninguém me disse antes e eu já teria ido com a desgranhenta da pasta debaixo de braço...?(me abstenho de repetir aqui o rol de palavrões que pensei na hora - e nem tente xingar um funcionário público no exercício, ainda que precário, de suas funções - é crime).
Compro a tal pasta no comércio mais próximo (que cobra um absurdo porque tem "monopólio"), volto ao posto, entrego tudo, me avisam que a nova carteira deve ficar pronta em 5 dias úteis (enfatizam os "úteis" explicando que o feriado próximo não conta - mais um pouco e eu xingo essa moça) e me pedem um telefone para avisar quando chegar.
Um protocolo qualquer, um pedaço de papel, um número para anotar e acompanhar o andamento? Não, não tem...
Eu disse que o exame médico foi surreal? Surreal é tratar com a burocracria dos órgãos oficiais que regulamentam a vida na Belíndia.





quinta-feira, 26 de abril de 2012

Hoje é dia de que?

Esqueci de dizer. Hoje também é o dia nacional de combate à hipertensão arterial.
Hipertensão arterial é uma doença silenciosa. Silenciosa e traiçoeira. A pessoa vai vivendo numa boa, sem qualquer sintoma, sem saber que internamente suas artérias estão sendo atacadas por essa inimiga mortal.
No mais das vezes a consequência é o derrame cerebral, com todas as sequelas terríveis: dificuldades de locomoção, limitações das atividades para o resto da vida. Mas também pode acontecer infarto do miocárdio e em muitos casos insuficiência renal, que leva o doente a viver na hemodiálise.
Não há estudos conclusivos, mas sabe-se que a vida moderna tem grande parte da culpa pela hipertensão: o sedentarismo (não andamos a pé, trabalhamos sentados, usamos o controle remoto pra mudar de canal). Comemos muitas coisas industrializadas (o sódio ainda é o conservante mais usado pela indústria de alimentos). Engordamos. E somos estressados: o trânsito, a pressa, o excesso de compromissos.
Quem ainda não é hipertenso tem a chance de evitá-la fazendo mudanças no estilo de vida: uma caminhada diária de ao menos 30 minutos. Vigiar os hábitos alimentares, passando longe de embutidos (salsichas, linguiças, hamburgueres, queijos amarelos e até de uma inocente bolacha recheada). E tentar aliviar o stress. Para isso vale qualquer coisa: tocar guitarra, jogar futebol com os amigos, levar os filhos pra passear no parque, fazer pão caseiro, assistir uma comédia, fazer psicanálise, tomar uma sauna. Qualquer atividade prazerosa que alivie a tensão é importante.
Para quem infelizmente já tem a doença o conselho é (além de seguir as recomendações acima, claro): procure um bom cardiologista, de sua confiança. Siga as orientações prescritas por ele e não se esqueça de tomar o remédio.
Tenham todos uma vida longa saudável.

Semana do goleiro

Hoje comemora-se o dia do goleiro. Função ingrata. Trabalho solitário que pode fazer a glória ou a desgraça de um atleta em questão de segundos.
Se o gol é a meta (gol do inglês goal = meta) o goleiro é, como se diz em Portugal o guarda-metas, o encarregado de impedir que o jogador/atacante atinja seu objetivo. O goleiro pode-se dizer que pratica o anti-futebol. Futebol é bola na rede e o goleiro está lá justamente pra impedir que isso aconteça. Além de solitário, um trabalho bem sem graça. O goleiro é o anti-heroi, o estraga-prazeres. Nas peladas de rua, é sempre escolhido por ser considerado perna de pau, incompetente pra jogar na linha. Difícil pra um jogador escolher a posição de goleiro. Raro ouvir um garoto dizer que sonha ser goleiro. E mesmo quando o garoto quer essa posição, é o pai que não quer. Afinal, em tese o goleiro está lá pra frustrar nossas expectativas.
Mas ah, que delícia, que maravilha quando o goleiro é "nosso" e frustra a expectativa dos outros!
Pois nesta semana eu acho que os deuses do futebol resolveram prestar homenagem aos goleiros e tivemos a semana de destaque desses jogadores. Os craques, os candidatos a melhores do mundo foram esmagados sem dó, sem piedade e perderam suas cobranças de penalties. Batidos pelo homem solitário embaixo das traves que, heroicamente impediu a explosão alegre do gol.
Para fazer justiça aos guarda-metas a decisão de um jogo importantíssimo ficou para  a cobrança de penalties e mais uma vez, brilharam os goleiros que fizeram defesas espetaculares.
Embora eu adore o grito de gol, tenho que admitir que adorei ainda mais as defesas.


Filosofia

É madrugada e eu nao consigo dormir devido a uma febre e uma dor de cabeça inquietante. Entao resolvi escrever alguma coisa no meu facebook... Destinado a quem achar que combina, em outras palavras, "se a carapuça servir". Como nao sao todos que tem meu facebook por razoes óbvias que nao precisam, eu repito, nao precisam ser postas à mesa, resolvi postar aqui tbm, pq gostei do resultado final. Aí vai:

Você acha que está só?

É só olhar para as estrelas, que você percebe que nao está sozinho.
Está rodeado de coisas que a mente jamais entenderá.
As barreiras que nós criamos, sao prisões nas quais nós mesmos nos trancamos e deixamos de ver e viver o mundo que há lá fora.
Nao se prenda. Viva o agora como se o agora fosse o sempre.

Faça do agora o sempre, e faça do sempre o agora.
Se formos frios, nunca sentiremos o calor da vida. Mesmo que a vida queira insistentemente nos esquentar, se o frio estiver no seu coração, a vida vai te deixar pouco a pouco e no fim, as luzes se apagarão, o show terminará, e nao haverá ninguem para aplaudir a peça que você fez da sua vida, e é certo que as luzes se apagarão.
Quando se toca uma guitarra, para os que sentem verdadeiro amor em tocar uma guitarra, a emoção, o êxtase nao começa em dar vida própria à própria mão. Começa com o zumbido estridente do amplificador. Para se tocar uma guitarra, deve-se ligar o amplificador, ou ninguem, a nao ser você mesmo. Você pode tocar a mais linda canção, e de que terá valido se o unico espectador foi você mesmo?
Na arte da vida é exatamente igual. Você é a guitarra e os amplificadores estão a sua volta. Dependendo do ritmo da música, os amplificadores vão se desligando, os spotlights vao enfraquecendo e no fim, a mais bela canção foi tocada, mas nao houve aplausos, nao houve reconhecimento.

Toque sua musica para o mundo todo ouvir, se aplaudirão ou vaiarão, s dependerá de você. Eu e você sabemos disso.

(Bruno)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Retrato da mediocridade

Transcrevo abaixo texto veiculado na internet atribuído ao ator Wagner Moura:


Palavras do ator Wagner Moura sobre o Pânico na Band, em carta aberta, divulgada no globo.com:

“Quando estava saindo da cerimônia de entrega do prêmio APCA, há duas semanas em São Paulo, fui abordado por um rapaz meio abobalhado. Ele disse que me amava, chegou a me dar um beijo no rosto e pediu uma entrevista para seu programa de TV no interior. Mesmo estando com o táxi de porta aberta me esperando, achei que seria rude sair andando e negar a entrevista, que de alguma forma poderia ajudar o cara, sei lá, eu sou da época da gentileza, do muito obrigado e do por favor, acredito no ser humano e ainda sou canceriano e baiano, ou seja, um babaca total. Ele me perguntou uma ou duas bobagens, e eu respondi, quando, de repente, apareceu outro apresentador do programa com a mão melecada de gel, passou na minha cabeça e ficou olhando para a câmera rindo. Foi tão surreal que no começo eu não acreditei, depois fui percebendo que estava fazendo parte de um programa de TV, desses que sacaneiam as pessoas. Na hora eu pensei, como qualquer homem que sofre uma agressão, em enfiar a porrada no garoto, mas imediatamente entendi que era isso mesmo que ele queria, e aí bateu uma profunda tristeza com a condição humana, e tudo que consegui foi suspirar algo tipo “que coisa horrível” (o horror, o horror), virar as costas e entrar no carro. Mesmo assim fui perseguido por eles. Não satisfeito, o rapaz abriu a porta do táxi depois que eu entrei, eu tentei fechar de novo, e ele colocou a perna, uma coisa horrorosa, violenta mesmo. Tive vontade de dizer: cara, cê tá louco, me respeita, eu sou um pai de família! Mas fiquei quieto, tipo assalto, em que reagir é pior.

” O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice ”

O táxi foi embora. No caminho, eu pensava no fundo do poço em que chegamos. Meu Deus, será que alguém realmente acha que jogar meleca nos outros é engraçado? Qual será o próximo passo? Tacar cocô nas pessoas? Atingir os incautos com pedaços de pau para o deleite sorridente do telespectador? Compartilho minha indignação porque sei que ela diz respeito a muitos; pessoas públicas ou anônimas, que não compactuam com esse circo de horrores que faz, por exemplo, com que uma emissora de TV passe o dia INTEIRO mostrando imagens da menina Isabella. Estamos nos bestializando, nos idiotizando. O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice. Amigos, a mediocridade é amiga da barbárie! E a coisa tá feia.

” Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar. Afinal de contas, vai dar mais audiência ”

Digo isso com a consciência de quem nunca jogou o jogo bobo da celebridade. Não sou celebridade de nada, sou ator. Entendo que apareço na TV das pessoas e gosto quando alguém vem dizer que curte meu trabalho, assim como deve gostar o jornalista, o médico ou o carpinteiro que ouve um elogio. Gosto de ser conhecido pelo que faço, mas não suporto falta de educação. O preço da fama? Não engulo essa. Tive pai e mãe. Tinham pais esses paparazzi que mataram a princesa Diana? É jornalismo isso? Aliás, dá para ter respeito por um sujeito que fica escondido atrás de uma árvore para fotografar uma criança no parquinho? Dois deles perseguiram uma amiga atriz, grávida de oito meses, por dois quarteirões. Ela passou mal, e os caras continuaram fotografando. Perseguir uma grávida? Ah, mas tá reclamando de quê? Não é famoso? Então agüenta! O que que é isso, gente? Du Moscovis e Lázaro (Ramos) também já escreveram sobre o assunto, e eu acho que tem, sim, que haver alguma reação por parte dos que não estão a fim de alimentar essa palhaçada. Existe, sim, gente inteligente que não dá a mínima para as fofocas das revistas e as baixarias dos programas de TV. Existe, sim, gente que tem outros valores, como meus amigos do MHuD (Movimento Humanos Direitos), que estão preocupados é em combater o trabalho escravo, a prostituição infantil, a violência agrária, os grandes latifúndios, o aquecimento global e a corrupção. Fazer algo de útil com essa vida efêmera, sem nunca abrir mão do bom humor. Há, sim, gente que pensa diferente. E exigimos, no mínimo, não sermos melecados.

No dia seguinte, o rapaz do programa mandou um e-mail para o escritório que me agencia se desculpando por, segundo suas palavras, a “cagada” que havia feito. Isso naturalmente não o impediu de colocar a cagada no ar. Afinal de contas, vai dar mais audiência. E contra a audiência não há argumentos. Será?”

Não sei se o texto é fidedigno. Mas o que dizer de uma televisão cuja principal arma é a "baixaria"?  É cada dia maior o avanço das redes que tem como público alvo as classes C e D e que exibem uma programação de uma pobreza total. Quem quiser ter uma mostra, ligue o aparelho no horário da tarde e veja o show de horrores que se espalha pela maioria dos canais.E mesmo a rede líder não fica atrás. Sob o título de "popular" impõe a imagem dos funkeiros/funkeiras como representantes da massa.
É só a televisão? Não, a internet também é um terreno fértil para a propagação da mediocridade que assola o Brasil. Basta ver quantos acessos teve um  vídeo horrível "Pra nossa alegria" e o tremendo sucesso que fez (eu não assisti).
Vivemos um tempo estranho. Quanto maior o avanço tecnológico, mais a imbecilidade se espalha. Parece que está inscrito no código genético da espécie humana essa atração pelo grotesco. Afinal, desde a idade média as pessoas sempre foram ao circo para ver aberrações: o engolidor de fogo, a mulher barbada.
Eu penso que a única saída, a possibilidade de melhorar o senso estético das pessoas passa obrigatoriamente pela educação e cultura. Só essas ferramentas são capazes de nos dotar daquilo que se convencionou chamar de bom gosto.
Mas no Brasil ser educado e culto, gostar de bom livros é considerado frescura, coisa de gente metida, privilégio da elite...que pena!




















segunda-feira, 23 de abril de 2012

23 de abril – Dia de São Jorge

23 de abril – Dia de São Jorge






São Jorge (275 – 23 de abril de 303) foi, de acordo com a tradição, um padre e soldado romano no exército do imperador Diocleciano, venerado como mártir cristão. Na hagiografia, São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo (tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Comunhão Anglicana). Também é venerado em diversos cultos das religiões afro-brasileiras, onde é sincretizado na forma de Ogum. É imortalizado no conto em que mata o dragão e também é um dos Catorze santos auxiliares. Considerado como um dos mais proeminentes santos militares, sua memória é celebrada dia 23 de abril como também em 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele na Lida (Israel), onde se encontram suas relíquias, erguida a mando do imperador romano Constantino I.
É o santo padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião), além de ser padroeiro dos escoteiros, do S.C Corinthians Paulista e da Cavalaria do Exército Brasileiro. Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua morte. Apesar de sua história se basear em documentos lendários e apócrifos (decreto gelasiano do século VI), a devoção a São Jorge se espalhou por todo o mundo. A devoção a São Jorge pode ter também suas origens na mitologia nórdica, pela figura de Sigurd, o caçador de dragões (ver sincretismo religioso).
História
De acordo com a lenda, Jorge teria nascido na antiga Capadócia, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da República da Turquia. Ainda criança, mudou-se para a Palestina com sua mãe após seu pai morrer em batalha. Sua mãe, ela própria originária da Palestina, Lida, possuía muitos bens e o educou com esmero. Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas, por ser a que mais satisfazia à sua natural índole combativa. Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade — qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia, exercendo a função de Tribuno Militar.
Nesse tempo sua mãe faleceu e ele, tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a corte do Imperador. Jorge, ao ver que urdia tanta crueldade contra os cristãos, parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que tinha aos pobres.
O imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos e no dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os romanos deviam se converter ao cristianismo.
Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo. Indagado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: “O que é a Verdade?”. Jorge respondeu-lhe: “A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade.”
Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio aos poucos ganhado notoriedade e muitos romanos tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).
Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.
Pelo século V, já havia cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, em Bizâncio, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da Igreja Católica.

Fá (fonte; Wikipedia)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

De carona na moto do Rodrigo

Entrei para a faculdade quando estava com quase 24 anos. Sim, eu fiz essa burrice na vida. Terminei o colegial e fiquei por aí flauteando, namorando, trabalhando em empregos ruins, ganhando pouco e gastando muito para "curtir a vida" com os amigos. Só quando entrei para a Justiça do Trabalho foi que tive um choque de realidade. Todo mundo era formado em Direito ou estava cursando.
Não, definitavamente eu não poderia fazer por menos.
E aí começou minha corrida atrás do tempo perdido. Correr atrás do tempo perdido é terrível. A gente já está na rabeira na largada. E por mais que se esforce nunca recupera tudo que perdeu.
Tentei a USP mas, egressa da escola pública e tendo passado tantos anos longe dos estudos, tá na cara que não entrei. Fui para a FMU. Naquela época uma faculdade cara e um tanto elitista. Comecei o curso no período matutino, o que se revelou um equívoco. Minha turma era composta de alunos 5 ou 6 anos mais novos do que eu, meio filhinhos de papai, não precisavam trabalhar pra viver e essas circunstâncias me faziam ficar desenturmada. Além disso, eu funciono muito mal de manhã e ficou difícil acompanhar as aulas. Sem contar que a mensalidade era bem alta.
Pedi transferência para Guarulhos. Não era uma faculdade muito conceituada, mas ao menos o preço era mais acessível.  Também era longe pra diabo, o que me obrigava a pegar metrô e ônibus na ida. Na volta eu ficava ao Deus dará: caronas variadas e quando tudo falhava me restava o busão mesmo, com direito a chegar em casa depois da meia-noite. Na mochila, a marmita vazia e suja (no meu local de trabalho não tinha onde lavar). No estômago, um rombo de fome.
Era longe, sacrificado, mas também era divertido. Eu amava as aulas e o aprendizado. A grana tinha que ser esticada (aluguel, condomínio, luz, água, livros, transporte, mensalidade do curso, alimentação) mas  sempre dei um jeito de pagar as contas e ter algum trocado para a cervejinha dos finais de semana. Não sobrava para comprar um moto. Nem mesmo usada e das mais simples.
Apesar do sacrifício afirmo, dou testemunho de que valeu a pena. Sem o curso de Direito eu jamais teria chegado onde cheguei. Ser chamada de doutora pelo resto da minha vida profissional compensou cada viagem naqueles ônibus lotados e todas as horas de estudo.
Como eu jamais comprei uma moto, tomei carona na moto do Rodrigo pra contar um pouco da minha experiência de estudante (que não foi apenas de dureza, também teve muitos lances engraçados que um dia eu ainda conto, prometo).



"EU" na Faculdade, como foi planejado

      Felizmente, tive o privilégio de dar continuidade aos meus estudos, salvo da outra vez em que comecei uma e acabei não concluindo.
      Tudo foi bem planejado, começou faz um ano e meio mais ou menos, tendo a necessidade de se deslocar com mais agilidade, vi que o ônibus não iria suprir o tempo necessário para chegar a tempo na faculdade, sendo assim optei por uma moto não visada e de baixo consumo.
       Quanto ao horário de saída no trabalho, que como sou responsável por dois departamentos em relação ao controle de materiais, estoques e saldo, vi que precisava dividir o meu trabalho em etapas para que o trabalho fluísse sem que atrapalhasse o meu horário de saída, deu certo, ficou mais organizado e chefes mais satisfeitos com os resultados, e por fim, os equipamentos para poder estudar, como notebook, impressoras, e periféricos para poder levar onde quiser todo o conteúdo das aulas sem depender de terceiros para efetuar qualquer tarefa...
       Por fim, faltava decidir o mais importante: Qual curso? Foi uma decisão muito difícil, mas se não fosse a Márcia, acho que poderia estar fazendo um curso que não iria me deixar tão contente como estou hoje.
        Poderia ter escolhido na área da informática, todos sabem o quanto sou fanático por tecnologia, mas por dentro eu não pretendia seguir muito esse lado, talvez mais pra frente, quem sabe.
        A Má me deu uma dica de fazer logística e, por curiosidade acabei me interessando pelo curso e pelo conteúdo do mesmo e vi que eu me encaixava com muitas coisas, assim daria o início a procura da instituição em que eu iria estudar. Optei por uma faculdade de fácil acesso a partir do meu trabalho, mas percebi que futuramente, a necessidade de estar em uma faculdade com fácil acesso das regiões do centro (que é a região que tem o acesso a todas as regiões de São Paulo) seria maior, acabei escolhendo em Santana, que é perto de casa e eu poderia passar em casa antes de ir para a faculdade, também deu certo, foi uma ótima mudança!
      Hoje, não pelo fato de ter a necessidade de ter um diploma, eu particularmente me sinto bem em estar estudando, (com saudade da minha gorda todos os dias, claro, mas sei que esse esforço valerá a pena pra ela também) confesso que pelo fato de ter parado por alguns anos atrás, sinto um pouco de dificuldade em certos assuntos, mas nada que após chegar em casa e com a Lara dormindo possa pesquisar na net o tal assunto em que eu tive dificuldade em aprender na aula e sanar as minhas dúvidas...
      O que eu aprendi, uma vez estando dentro da faculdade tem que gostar de ler, caso não goste, passe a gostar, se não tem tempo passe a ter e se tiver qualquer outro problema que impeça isso, elimine-o, mas no popular, "coma os livros" e é o que eu estou fazendo.
      Já participei de feira da logística, palestra e também com visitas técnicas em empresas e no porto de santos programadas para que eu possa ver de perto como tudo funciona, enfim, acho que dessa vez acertei no curso e tenho a mais absoluta certeza que dessa vez eu vou terminar, não com diploma, mas como exemplo de um aluno dedicado e persistente!

Rodrigo!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Quem disse que o crime não compensa?

Você, assim como eu, cresceu ouvindo que o crime não compensa?
Depende...depende de onde se pratica o crime; ou talvez, de quem o pratica.
Você poderia, por exemplo, dar um rombo no mercado financeiro superior a um bilhão e meio de reais e ser condenado a 13 anos de prisão. Mas talvez você consiga um habeas corpus e aí, aproveitando-se das brechas do sistema legal, você foge para teu país de origem (sim, porque além de tudo você cometeu o crime em outro país). 
É claro que algum juiz poderia pensar em pedir tua extradição para voltar ao local do crime e cumprir a condenação. Mas é quase certo que você será protegido pela legislação da terra onde nasceu e poderá viver sossegado por lá.
Eventualmente a polícia internacional pode te caçar, te encontrar e trazer de volta para o cumprimento da pena.
Você volta, cumpre mais alguns aninhos e Shazam!!! Eis que você tem mais de 60 anos, cumpriu um terço da pena e tem bom comportamento...
Pronto! Você está limpo, livre para voltar ao convivío social e usufruir dos ganhos tão árduamente amealhados.
E tem gente aqui na Belíndia que ainda acredita em trabalhar duro todo dia!!!


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Para o aniversariante do dia

Eu tinha pensado em dar um tempo nesse negócio de por música para os aniversariantes (achei que estava ficando repetitivo e ninguém mais curtia). Aí ontem, aniversário do meu afilhado,  diante da minha inércia a Preta postou música pra ele. Hoje o aniversariante é o Ronaldo, que não é meu afilhado mas é meio "cria" da gente. Resolvi retomar minha tarefa (pois me parece que os insanos gostam). Como sou aprecidadora de gêneros musicais diferentes, coloco os românticos versus rockers e arrisco um clássico da década de 70, lá pela época em que o Ronie nasceu. Tenho o palpite de que é mais o estilo dele.


sábado, 14 de abril de 2012

Da série "Lendas da vida rural"

                                   Um pé de melancia


Numa lateral da casa, por cima da grama começou a brotar um raminho verde. Ninguém deu muita bola. Na certa, apenas mais umas das muitas pragas que insistem em se misturar com a grama e que tanto trabalho dão aos jardineiros. Só não foi arrancado por acaso. O broto foi se espalhando e quando o dono da casa viu, anunciou que era um pé de melancia. Não lhe deram importância. Os filhos ocupados no esquema escola-jogos-amigos dos jovens. A dona de casa no corre-corre do seu cotidiano. E o pezinho de melancia cresceu forte, bonito e foi cobrindo com sua exuberância a grama, ocupando uns três metros de espaço no quintal. Um dia alguém viu na ponta de uma rama o prenúncio de uma melancia: não maior que uma bola de tênis, de uma cor verde-rajada-de branco que a camuflava entre a folhagem. Não parecia muito provável que uma melancia vingasse quase na porta da cozinha, no calor do verão, sem que ninguém regasse ou adubasse a planta. Mas o fruto cresceu.
Ao tempo que  crescia no quintal a melancia, a conta de água crescia quase que na mesma proporção. Em um mês dobrou de valor. A dona da casa procurou o serviço de água do município para reclamar. Mandaram um funcionário pra checar o medidor: não havia erro, a conta era aquela mesma. E no mês seguinte a conta altíssima se repetiu.
 Menos de 3 meses depois de ter brotado do nada, lá estava uma belíssima fruta, redonda, pesada. A dona da casa colheu a melancia e a partiu ao meio. Por dentro, vermelha, úmida, fresca, suculenta. Achou que seria muito egoísta guardando aquilo só pra si. Chamou a vizinha e compartilharam doçura da fruta. Enquanto degustavam a refrescância da melancia, puseram a conversa em dia. A dona da casa mencionou a súbita elevação da conta de água. A vizinhança sugeriu provável vazamento, ensinou algumas técnicas de caça-vazamento (ela também já enfrentara problema semelhante em casa; demorou pra descobrir por onde vazava água).
Quando a vizinha foi embora, a dona da casa atirou-se freneticamente à tarefa de caçar vazamentos.  Desliga registro aqui, fecha torneira dali, testa as descargas dos banheiros,  e com tudo fechado, vai examinar o relógio na entrada da água. Nessa busca, acabou por chegar do lado de fora onde parede e calçada se encontram.  Ali descobriu a trinca no piso, a terra embaixo da calçada encharcada, um filete de água escorrendo por baixo do calçamento, indo desaguar exatamente onde o pé de melancia viçoso, bem irrigado, exibia quatro novos belos frutos em ritmo acelerado de crescimento.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sexta-feira, parte II

Hoje é sexta 13, eu já disse. Mas 13 de abril é também o dia internacional do beijo.
Não se explica que tipo de beijo, então acredito que valham todos, de amante para amada, de mãe para filho, de irmão para irmã. Só não vale beijo de Judas, imagino.
Eu tinha um convite para um happy-hour, mas pensando melhor, acho que não vou.
Que é que vocês acham: happy-hour, uísque, amendoinzinho, ou queijo, ou frituras?  Dá um bafão...e ainda por cima empapuça....por melhor que seja a cerveja há o risco de acontecer a tragédia daquele comercial: a gente vira baiacu.
Beijar com bafão, de amendoim principalmente, não tá com nada. E não tem namoro que resista ao barrigão empapuçado de cerveja.
Pensando nisso tudo, concluo que o melhor a fazer é ficar em casa. Um vinho branco (que é leve), de leve. E comidinhas, só se forem aquelas tidas por afrodisíacas. Contrabalanceadas com frutas, chocolate, chantilly...me parece que é uma boa receita para um noite de sexta, com direito a muito beijo.
Se mesmo assim não rolarem os beijos apaixonados com as quais a gente sonha, paciência.
De qualquer modo, deixo aqui para todos vocês o meu beijo de tia/prima/cunhada/irmã/madrinha/quase-mãe/amiga e o que mais a fantasia de cada um desejar.
E para deleite de todos os apaixonados, um dos mais ardentes e famosos beijos do cinema (o meu predileto - Debora Kerr e Burt Lancaster em "A um passo da Eternidade"):



Sexta-feira 13

Hoje é sexta-feira, 13. Há quem acredite em superstições e ache que é dia de azar. Há quem tenha medo de encontrar um gato preto, de passar embaixo de escadas.
Eu não acredito em nada disso. Acordei cedo, lá fora tá um dia lindo de sol e céu azul e hoje é aniversário da minha irmã Eulira.
Aliás, a propósito de aniversários ontem foi aniversário da minha sobrinha Isadora, antes de ontem foi do meu sobrinho Francisco e nos próximos dias será do meu afilhado Ricardo e do meu amigo-sobrinho Ronaldo. Isso sem falar no meu irmão João que fez aniversário no finalzinho de março e que eu esqueci de noticiar aqui.
Em vez de ficar pensando em bobagens de azar e crendices sobre a sexta-feira, vou é por música pra essa gente toda, pra comemorar o privilégio de estar vivo e alegrar o fim de semana que se aproxima.
Para os aniversariantes, feliz aniversário. Para todos vocês, boa sexta-feira:



 Fá

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Lendas da vida rural

Acaba de me ocorrer um ideia. Vou criar aqui uma coluna nova e vou chamá-la de "Lendas da vida rural". Vejam se não tenho material interessante: no quintal passeia um bicho notívago que se alimenta de frutas ( provavelmente carrega as frutas, pois não deixa restos nem sujeira espalhados); na tela da TV um "ser" supostamente alienígena escreve mensagens indecifráveis, quase com hora marcada. Na casa da minha comadre um pé de melancia brota do nada sem ter sido plantado e produz uma fruta grande e doce (que ela compartilhou com a gente). Lá também apareceram 4 filhotes de passarinho "bico de lacre" (são lindos, com o bico vermelho) que não se adaptam ao cativeiro, mas vão e voltam (pra comer e tomar banho) se a gaiola fica aberta. Se juntar tudo isso com a teoria exposta pelo Bruno de universos paralelos, mais a crença de algumas pessoas em duendes e mais o medo de uns tantos pra quem andei contando a história das mensagens na TV, mais o fato de que pertinho fica Joanópolis, a terra do Lobisomem, mais a proximidade com a Pedra Grande (teoricamente grande polo catalizador de energia), mais os causos contados por uma vizinha daqui (ela é uma senhora e não bebe) de que nesta região já teve gente que viu disco voador, aposto que dá pra escrever um romance de ficção.
Me aguardem.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O extraterrestre aprendeu a escrever

Gente, é fantástico, é espetacular, é de arrepiar!
Eu já contei aqui que tem um ET que tenta fazer contato com a gente, usando a tela da TV. É sempre na TV da cozinha. O aparelho da sala de ginástica fica ligado a manhã inteira e não acontece nada. O do quarto também fica ligado até altas horas da noite e nada. Mas na tela da cozinha, quase sempre no horário das refeições, lá vem mensagem do espaço sideral.
As mensagens sempre foram ininteligíveis e eu já tinha mesmo desistido de decifrá-las. Imagine que na última tinha algo mais ou menos assim: "nú~ç - quadradinho - ñúc, mais quadradinho, úúúú e vários pontos de interrogação. Quem pode saber o que isso quer dizer? (e eu ainda comentei coma Preta que o ET estava aprendendo o alfabeto). Tentei fotografar uma das mensagens, mas no celular a imagem não ficou nítida.
Pois não é que hoje ele conseguiu? Com todas as letras, com direito até a pontuação ele escreveu:  "Já volto, tá?". Assim mesmo, em português, com acento no tá e ponto de interrogação.
Se fossemos medrosas, teríamos saído correndo. Como somos duas mulheres valentes, nos limitamos a rir, muito. E ficamos aqui conjecturando: afinal, de que raio de lugar estão vindo essas mensagens que se perdem no mundo virtual e aterrisam na TV da nossa cozinha?
Virão do espaço? Virão do além? De outra dimensão?
Alguém quer arriscar um palpite?

O cúmulo da falta do que fazer

A Má que me desculpe (se puder), mas a pessoa perder o sono no domingão bem cedo e em vez de ir passear ou caminhar num parque, ficar em casa vendo um campeonato de "curling" é o cúmulo da falta do que fazer.
Vocês não sabem o que é curling?....Então...falar a verdade, acho que eu também não sei. É um jogo assim meio parecido com bocha, só que a quadra é de gelo. Tem um negócio redondo, que não é uma bola, meio achatado, mas que também não é um disco e que os jogadores devem levar até um ponto da quadra que eu imagino que seja a base. São dois jogadores tentando "empurrar"? "conduzir"?...sei lá como é que se diz, o tal do objeto em direção à base. Um deles vai na frente esfregando freneticamente no chão um troço que parece um rodinho (servirá para alisar o gelo????)....
Tentei assistir por uns 5 minutos e achei  tão emocionante quanto entrar na fila no posto de saúde, pra tomar vacina contra a gripe.
Mas pensei que talvez com um pouco de boa vontade o tal jogo poderia ser útil. Nestes tempos de politicamente correto, em que os crimes de menor potencial ofensivo são punidos com penas alternativas, de repente seria uma ideia. Pixou o muro de alguém? Vai lá assistir um campeonato de curling.... Praticou bulying e destratou a professora? Vai assistir a reprise dos jogos, com direito a replay dos melhores momentos...Agrediu uma pessoa e causou lesões corporais de natureza leve? Vai assistir, entender as regras e dar aulas de curling....Não, peraí, eu falei dar aulas? Ah, não, aí seria um castigo pra  quem tivesse que frequentar as aulas....

terça-feira, 10 de abril de 2012

Minha inquilina

Tenho uma inquilina de quatro patas que usufrui do imóvel sem pagar nada. Isso dela não pagar nem é que o incomoda. O que de vez em quando enche a paciência é o fato dela ser notívaga. Sua intensa atividade noturna já foi motivo de raiva e de riso.
Quando ela consegue entrar no forro e resolve apostar corrida de madrugada, não tem como não morrer de raiva. A gente acorda no maior susto com o barulhão e a impressão de que o teto vai cair na nossa cabeça.
Mas quando é ela quem cai a gente é quem ri (andando pelo quintal à noite de vez em quando ela se dá mal). Da última vez que ela caiu dentro do ofurô não estávamos em casa. Resultado: ela passou uns três dias presa lá dentro. Quando foi encontrada estava cansada, faminta e assustada. Nem arreganhou os dentes (coisa que ela adora fazer pra gente) na hora de ser salva.
Temos um pé de acerola que após vários anos de inércia resolveu dar frutos. Eu fiquei esperando as frutinhas ficarem bem vermelhinhas pra depois colher. Consegui colher uma meia dúzia. Ela veio todas as noites e comeu o restante antes que amadurecessem totalmente.
Ontem compramos num hipermercado uma melancia que estava em oferta. Quando fomos abri-la - desagradável surpresa - estava estragada. O hipermercado é longe, a melancia estava em oferta, não vale a gasolina que se gastaria pra ir até lá reclamar.
A Preta decidiu por a melancia na horta, nos fundos. Esta noite minha inquilina vai se fartar.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Na esteira de um programa de TV

Escrevi este texto há mais ou menos 3 semanas atrás e o guardei, sem saber ao certo se iria fazer postagem ao não. Sexta-feira passada assistindo um programa de TV sobre ferrovias, vendo a saudade e a tristeza no olhar de antigos funcionários da ferroviárias, senti a mesma emoção que eles, me identifiquei de imediato com a paixão pelos trens. Me deu vontade de mostrar meu escrito. Aqui está:


No trem das minhas lembranças 

Nós não tínhamos carro. Naquela época praticamente ninguém tinha. Pequenos percursos eram cumpridos a pé (e acho que devo a isso minhas pernas fortes, a panturrilha bem definida). Percursos médios, as compras da semana, uma ida ao médico eram feitos de ônibus. E as viagens eram feitas de trem. Mas não era algo banal, não. Havia toda uma preparação, um planejamento para a viagem. Geralmente viajávamos nas férias ou em feriados prolongados. Meu pai e minha mãe faziam compras de roupas e sapatos para toda a família, além de eventuais presentes para as pessoas que íamos visitar. Era preciso arrumar malas e haja mala pra acomodar a bagagem de toda a família. Os trens costumavam passar muito cedo e nós não morávamos perto da estação. Então, no dia da viagem acordávamos ainda no escuro da madrugada. O café da manhã era reforçado: ovos mexidos com farinha, café, leite. Bem alimentados, empreendíamos a caminhada até a estação, pois não havia transporte que nos levasse até lá. Os adultos arrastavam as malas. As crianças iam na frente, correndo, vez ou outra caindo na terra, sujando a roupa, o que não raro resultava em puxões de orelha. Os trens tinham certo glamour. Havia a primeira classe, a segunda e o vagão restaurante. Mas a segunda classe, apesar do nome, era bastante confortável: poltronas estofadas nas cores vinho ou marron, com o encosto reversível. Assim, não viajávamos olhando as costas um do outro. Revertíamos os encostos de modo que pudéssemos viajar de frente uns para os outros, o que possibilitava conversas, jogos entre as crianças e um maior controle por parte dos pais. Do trem guardo lembranças ternas, mornas. Na hora da partida tinha o apito. Na verdade, dois apitos. Primeiro, o do chefe do trem. Uniformizado, de quepe, era uma autoridade da rede ferroviária com poderes até para expulsar do trem quem tentasse viajar sem pagar passagem. Ele descia dois degraus na porta do trem, esticava  a cabeça pra fora e examinava a plataforma pra ver se não tinha algum passageiro retardatário subindo ou descendo, depois do que punha o apito na boca e soltava um silvo longo e estridente. Em seguida, era a máquina que apitava, um gemido grave e lento, quase um lamento, como se antecipasse a saudade dos que ficavam na estação. Seguia-se um leve tremor da locomotiva começando a se mexer, primeiro lentamente e aumentando gradativamente a velocidade até atingir um galope “pléc-tec, pléc-téc...Café com pão, café com pão” dizia minha mãe, recitando uma poesia de Manuel Bandeira. Pela janela entrava o vento, despenteando nosso cabelo, sujando nossos rostos de fuligem. Através dela apreciávamos a paisagem, campos, pastos, plantações, gado, ao longe uma casa de fazenda. Quando nos aproximávamos de alguma cidade, o maquinista diminuía bastante a velocidade e víamos o telhado do casario, as pessoas na rua acenando à passagem do trem. Apesar da existência do vagão-restaurante, em alguma parte do caminho sempre havia a parada para o lanche. Nessa parada o trem demorava-se. Passageiros desciam pra comer. Nós éramos muitos, então não descíamos. Somente meu pai descia e retornava com um pacote enorme de pastéis, além de refrescos. Nos fartávamos. Depois havia a romaria de ida ao banheiro. Eu nunca ia ao banheiro com o trem parado. Para mim, parte da aventura consistia em ser capaz de me equilibrar andando dentro do trem em movimento. Outra aventura deliciosa era fazer companhia a meu pai, viajando um bom tempo em pé na plataforma que unia os vagões. O barulho do vento e da própria máquina não nos permitia conversar, mas isso não era necessário. Desfrutávamos de silenciosa cumplicidade, apenas admirando a paisagem que desfilava veloz diante dos nossos olhos. O trem esteve tão presente na minha vida que durante muitos anos ao longo da infância, tive um sonho recorrente. Eu via um lugar muito grande, de pé direito alto, como a nave de uma catedral, grades de ferro escuras e por trás das grades vultos enormes e verdes que eu não conseguia distinguir. Anos mais tarde, quando iniciava minha caminhada solitária pela vida, desembarquei sozinha na estação Julio Prestes, em São Paulo e tive um choque. Ali estava o cenário do meu sonho: o saguão imenso, as grades que separavam a estação da rua e por detrás das grades, os trens de subúrbio estacionados na plataforma, todos eles verdes. A partir dali, nunca mais voltei a ter aquele sonho. Mas os trens continuaram para sempre a povoar meu imaginário, minhas fantasias. E ainda hoje, quando vejo passar um trem, sinto o desejo de embarcar numa viagem rumo ao desconhecido, sem data certa para voltar.










domingo, 8 de abril de 2012

FÉRIAS EM SALVADOR


                                          Farol da Barra



             Elevador Lacerda - ao fundo mercado Modelo e Bahia de Todos os Santos



                                           Pelourinho


                                       
                                            Fim de tarde-  visto do hotel


                                             
                             Família de macacos- vista da janela do apartamento


 
                                             Farol  da Barra



                                           Elevador Lacerda



                                        Igreja do Senhor do Bonfim da Bahia



                                           Lagoa do Abaeté



                                     Nascimento do Trio Elétrrico- Fobica



                               Jantar com a família ( moradora de Salvador)






Rosa/Preta

Criançada- NATAL DE 2012


                                            Natal 2012- Lorenzo e Má


                                                            
                                                  Natal 2012- Lorenzo e Má



                                    Natal 2012- Maria Clara/ Lorenzo/Lara/Cadú



                                              Natal 2012- Lara com papai noel



                                    Natal 2012- Isabella/Lorenzo/Lara (de costas)


Rosa/Preta

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quinta também é dia....de crônica

Brasília 32Cº

Brasília, 13 horas, 32 graus na sombra, umidade relativa do ar: 20%. Nada convidativo para alguém caminhar sob o sol. Menos ainda se esse alguém é uma mulher de salto alto, saia, meias finas.
Saio do restaurante um pouco perdida e já bastante deprê por ter almoçado sozinha (horrível almoçar sozinha em qualquer lugar - quem almoça sozinho em restaurante? Quem não tem família, quem não tem amigos, quem?) e onde um táxi? Nenhum à vista é claro, nesta quadra perdida na imensidão sempre igual da capital federal.
Posso chamar um pelo celular, fácil, Né? Ou poderia...se não tivesse esquecido o celular sobre a mesa quando sai apressada para o almoço.
O jeito é andar um pouco, quem sabe uma quadra ou duas e com sorte, pode passar um táxi.
Um táxi vazio, no horário de almoço de um dia útil em Brasília, tá brincando? Táxi  só no ponto e o mais próximo deve ficar pelo menos a 1 km de distância.
Sol abrasador, suor e que raiva do salto, do calor, do celular esquecido, que raiva desta cidade onde tudo é distante...
Uma quadra, duas e o céu parece que vai mudar...parece não, está mudando agora mesmo e que ventinho atrevido é esse, impróprio para esta época do ano, pra esta hora do dia?
Uns pingos...poucos... esparsos, não pode ser chuva...é o calor, será que estou delirando? Não?!!  É chuva mesmo, não só uns pingos, uma torrente de água que atinge em cheio as árvores e lança folhas no calçamento e encharca minha saia e o envelope com alguns papéis que eu trouxe para ler enquanto almoçava sozinha e destrói o cabelo que arrumei hoje pela manhã só pra dar uma melhorada no astral.
Mais uma quadra, só uma e lá está o ponto de táxi, um único automóvel solitário perdido no meio da chuva e eu já estou quase chegando, é só atravessar mais um poça d’água, estou chegando na faixa de pedestres e os carros vão parar, atravesso correndo, me enfio no táxi (talvez ainda dê tempo de passar em casa, trocar a roupa molhada antes de voltar para o escritório) e então, o que é aquilo? Do outro lado da rua, um cara correndo, deu um pulo sobre a enxurrada na calçada, alcançou o ponto, está abrindo a porta, fechando a porta...o único táxi num raio de quilômetros e vai embora, carregando alguém sequinho.
Fico estática, perplexa no meio da faixa, o trânsito parado, os carros buzinando freneticamente...

Fá  -  BSB 13/06/07

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Lembrança de viagens

Julho de 2010/ Buenos Aires:





FALANDO DE AMOR



Meu coração te chama,
minha mente me engana,
minhas pernas ficam bambas,
quando no meu ouvido declama:
TE AMO
Minha pele arrepia,
minha boca seca,
meu coração dispara,
me promete amor eterno,
nos seus braços me entrego,
juras de amor eterno.

autor: RICARDO POMINI